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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Plano secreto russo para salvar presidente sírio.

Publicado por dinamicaglobal.wordpress.com em 7 de Julho de 2012.

A Rússia procedeu ao cumprimento de um plano secreto visando a salvação do líder sírio, Bashar al-Assad, escreve a edição de domingo da revista Sunday Times. O plano tem por objetivo realizar no país as eleições presidenciais antecipadas.

Segundo um diplomata russo que pedira anonimato, al-Assad recebeu uma proposta de marcar eleições antecipadas, pelo que sob o controlo de rebeldes já se encontra um terço do território da Síria, o que vem dificultar a permanência de al-Assad no poder. No entanto, a iniciativa de antecipar as eleições e realizá-las em breve poderá ser encarada como um passo ao encontro da oposição inviabilizando ainda tentativas de intervenção estrangeira.

A mesma fonte ressalva não ter certeza se Bashar al-Assad poderá aproveitar uma boa oportunidade de seguir o conselho de Moscou.

sábado, 7 de julho de 2012

Um Phantom sobre a Síria: a 100 metros da guerra.

Publicado por dinamicaglobal.wordpress.com em 6 de Julho de 2012.



Uma imagem datada de 08 de setembro de 2004 mostra um caça turco F-4 phantom em local desconhecido. A Turquia confirmou no dia 22 de junho de 2012, que um jato da Força aérea turca em voo sobre o Mediterrâneo Oriental desde o meio-dia foi derrubado pela Síria, de acordo com um comunicado emitido pelo gabinete do primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan e anunciado no canal de notícias estatal TRT da Turquia. Aviões sírios e sua marinha estiveram em 23 de junho de 2012 a procura dos dois pilotos turcos cujo caça foi derrubado pela Síria, informou a televisão do governo pró-al-Dunia com sede em Damasco. A Síria admitiu na tarde de 22 de junho que tinha derrubado o avião, enquanto a Turquia – um membro da OTAN – alertou que tomaria ‘as medidas necessárias’ na sequência do incidente. EPA / Stringer

A história do caça turco abatido pela Síria pode se tornar num ponto de viragem no desenvolvimento da crise síria. Para a coligação de estados ocidentais e alguns países árabes isso pode ser um bom pretexto para o início de uma intervenção militar. A única saída para Damasco é a publicação de toda a documentação sobre o incidente e insistir na máxima abertura e transparência do inquérito. Temos o comentário do grande mestre internacional de xadrez Vladislav Tkatchov.


Talvez a data de 22 de junho de 2012 tenha de ser registada pelos historiadores . Como se sabe, foi precisamente nesse dia que as forças de defesa anti-aérea sírias abateram um caça turco Phantom F-4, depois do que as versões do sucedido divergiram diametralmente. Damasco afirma que o caça, ao encontrar-se sobre território sírio não reagiu a chamadas de terra, e por isso propõe interpretar o sucedido como um mal-entendido lamentável. Ancara insiste que o avião foi abatido sobre águas internacionais e, portanto, tratou-se de um evidente ato de agressão.


Apesar da diferença entre as versões verdadeira e falsificada poder ser de algumas centenas de metros, as apostas são muito elevadas: uma aeronave abatida ilegalmente pode, com certeza, ser um motivo para a declaração do norte da Síria como uma zona tampão de interdição aérea. Potencialmente pode servir para uma intervenção estrangeira.


As autoridades sírias devem, sem demoras, publicar toda a documentação do que aconteceu nesse dia azarado, insistindo na abertura e transparência da investigação. A reconstrução da ordem dos lances e cronometragem dos acontecimentos pode vir a ser a melhor proteção contra novas sanções. No xadrez, pelo menos, ainda ninguém encontrou melhor solução. Qualquer situação litigiosa é resolvida pela reconstrução da partida pelos adversários sob direção de um árbitro. Há até um tipo especial de exercícios que exigem a chamada análise retrospetiva. Ele ajuda a deslindar um novelo acumulado de contr adições, sem o que é impossível perceber o que se passa no tabuleiro. Tal e qual como no caso do Phantom turco.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

OTAN mais atenta à derrubada do caça turco pela Síria.

Publicado por dinamicaglobal.wordpress.com em 25 de Junho de 2012.
Um piloto turco saúda antes da decolagem da base aérea em Konya, Turquia, em 29 de abril de 2010. 
foto de arquivo. (Associated Press)

Destroços do avião de guerra alegadamente encontrados no Mediterrâneo.

Turquia promete ação depois que a Síria derruba caça turco.

Órgão da OTAN se reunirá terça-feira para discutir derrubada da Síria de um caça turco, em que os líderes turcos insistem foi espaço aéreo internacional, confirmou um porta-voz da aliança.

A Turquia tem chamado a OTAN a discutir uma resposta ao incidente da última sexta-feira, que tem agravado a crise regional causada pelo conflito na Síria, onde relato no domingo disse que mais de uma dúzia de pessoas morreram nos últimos confrontos entre rebeldes e tropas do governo.

A fuselagem do avião foi encontrada no domingo na região do Mediterrâneo, a uma profundidade de 1.000 metros, segundo a televisão estatal TRT turca. Os pilotos estão desaparecidos.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros turco Ahmet Davutoglu disse que o jato estava em um vôo de treinamento para testar as capacidades da Turquia de radar, não espionagem sobre a Síria. Ele disse que o avião se desviou erroneamente em espaço aéreo sírio na sexta-feira, mas foi rapidamente alertado pelas autoridades turcas a sair e avançou uma milha dentro do espaço aéreo internacional, quando foi derrubado fora da costa de Latakia.

A Síria insistiu neste sábado que o tiroteio “não era um ataque” e que o avião havia violado seu espaço aéreo.

“O regime Assad não deve cometer o erro de acreditar que ele pode agir com impunidade. Ele será responsabilizado pelo seu comportamento. disse o secretário do exterior britânico, William Hague

A agencia TRT informou que Davutoglu havia chamado a Otan na terça-feira para uma reunião especial para discutir o artigo 4 da Carta da OTAN em relação ao incidente de sexta-feira. O artigo diz que os países-membros “vai consultar-se sempre que, na opinião de qualquer um deles, a integridade territorial, independência política ou segurança de qualquer das partes está ameaçada.”

O plano tem causado preocupação internacional, inclusive que países pressionam o presidente sírio, Bashar al-Assad a renunciar devido ao derramamento de sangue em seu país nos últimos 15 meses. Ativistas da oposição dizem que a repressão de Assad em uma revolta cada vez mais popular armada já matou 14.000 pessoas, a maioria deles civis.

William Hague, britânico das Relações Exteriores, disse neste domingo que estava “seriamente preocupado com a ação do regime sírio em derrubar” o avião e que Davutoglu lhe tinha dito que nenhum aviso foi dado.

“Esse ato escandaloso destaca como o regime sírio colocou-se muito além do comportamento aceitável, e eu condeno de todo o coração”, disse Hague em um comunicado. “O regime Assad não deve cometer o erro de acreditar que ele pode agir com impunidade. Ela será realizada para explicar seu comportamento.”

Discussão de cúpula internacional

Haia reuniu na semana passada as Nações Unidas e a Liga Árabe tendo como enviado especial Kofi Annan para as conversações sobre os planos para uma cúpula internacional, enquanto os oficiais britânicos discutiram o assunto em Genebra, no sábado, com membros da equipe de Annan. Haia notou no domingo que “O Reino Unido está pronto para prosseguir a sua ação robusta nas Nações Unidas, do Conselho de Segurança.”

Manifestantes sírios disseram que os militares mataram 15 pessoas em um bombardeio da cidade de Daraa em 09 de junho de 2012.

Na Síria, a agência de notícias estatal SANA disse que homens armados se infiltraram a partir da Turquia entraram em confronto com guardas de fronteira da Síria em Rabiah, uma região na província costeira de Latakia. SANA disse que vários infiltrados morreram no confronto na tarde de sábado, enquanto outros teriam retornado para a Turquia. Ele disse que vários guardas de fronteira da Síria ficaram feridos, mas não especificou quantos.

A Turquia nega abrigar rebeldes armados da Síria, embora muitos refugiados sírios fugiram para campos no lado turco da fronteira.

Ativistas sírios, por sua vez, disseram que rebeldes capturaram uma base militar na província síria de Alepo, confiscando grandes quantidades de munição. O Observatório Sírio-Grã-Bretanha para os Direitos Humanos informou que 16 soldados do governo morreram nos ataques na base perto da cidade controlado pelos rebeldes de Daret Azzeh e postos de controle nas proximidades de domingo.

Segundo o ativista Mohammed Saeed os rebeldes retiraram centenas de granadas de artilharia a partir da base. Saeed acrescentou via Skype que as tropas retaliaram com intenso bombardeio sobre a área utilizando helicópteros.

Na sexta-feira, num informativo da imprensa estatal constou que 25 pessoas foram seqüestradas por “terroristas” e mortas em Daret Azzeh. Ativistas disseram que os 25 mortos eram do regime pró-homens armados conhecidos como shabiha.

Também no domingo, grupos de oposição sírios se reuniram em Bruxelas para botar para fora as diferenças e os plano para uma transição democrática. Os diferentes grupos estão divididos sobre se a intervenção militar externa viria a ajudar ou prejudicar e se deveria dialogar com o regime de Assad. A conferência, que contou com cerca de 50 pessoas, vai continuar nessa segunda-feira.

O ministro da Informação jordaniano Sameeh Maaytah, por sua vez, disse no domingo que três outros pilotos sírios haviam desertados na semana passada, antes mesmo de um piloto voar em seu avião de guerra para a vizinha Jordânia. Ele disse que os outros três cruzaram por terra para a Jordânia. Ele não tinha certeza se os quatro pilotos conheciam ou tinham coordenado suas fugas da Síria.

Fonte: CBC.ca

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Mordomo do Papa denuncia corrupção no Vaticano.

Publicado por dinamicaglobal.wordpress.com em 30 de maio de 2012.

Roma: A polícia do Vaticano prendeu mordomo do papa Bento XVI casa, Paolo Gabriele, em caso de vazamentos recentes de correspondência papal pessoal que jogou luz indesejada em lutas de poder e suposta corrupção dentro da sede da Igreja Católica Romana.

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi disse nesta sexta-feira que a polícia havia detido Gabriele interno que trabalhava no Vaticano por suspeita de roubo e vazamento de documentos particulares pertencentes ao Papa Bento XVI.


Gabriele foi identificado como o suspeito por várias reportagens italianas, que alegou que desde que ele era um servo pessoal do Papa Bento XVI, ele teria acesso direto a seus pertences.

Bento XVI disse que estava "triste e impressionado" com a notícia da prisão, os relatórios de Los Angeles Times.

A prisão seguido de vários meses de revelações de cartas para o papa e outros, escrito por várias figuras que indicam conflitos entre as facções no interior das paredes maciças do Vaticano City.

Jornalista Gianluigi Nuzzi tinha reproduzido os documentos que se referem a suspeita de corrupção e desvio de verbas na Cidade do Vaticano gestão, bem como visões conflitantes sobre os esforços para limpar o banco do Vaticano em um livro intitulado "Suá Santita: Le Carte Segrete di Benedetto XVI" ("Sua Santidade: Os papéis secretos de Bento XVI).

Mas Nuzzi se recusou a revelar se Gabriele, o mordomo era a pessoa que passou por ele copia dos documentos.[1]


Será que Dan Brown, autor de best-sellers como “O Código da Vinci” e “Anjos e Demônios” tinha razão ao descrever o Vaticano como um antro de perdição? Duas prisões ocorridas nesta semana, na Itália, estão abalando a fé de muitos cristãos na Santa Sé. Primeiro, foi Ettore Gotti Tedeschi, presidente do Banco do Vaticano. Depois, o próprio mordomo do papa, Paolo Gabriele, que aparece em várias fotos à frente do Sumo Pontífice, no Papamóvel.


No primeiro, Nuzzi descreve o Vaticano como um paraíso fiscal protegido e cercado no coração de Roma, disposto a lavar dinheiro da própria máfia italiana. Processado pelo Vaticano, ele sustenta sua argumentação em documentos internos da Santa Sé. No entanto, agora, o jornalista também está sob a suspeita de ter pago a Gabriele pelos relatórios – o que ele nega com veemência.


No segundo livro, Nuzzi relata a intensa disputa de poder interna no Vaticano entre os cardeais que podem vir a suceder Bento XVI, como é caso do italiano Tarcísio Bertone. Há cartas em que os cardeais relatam a perda de fé dos cristãos diante da falta de transparência do Vaticano. [2]

domingo, 19 de fevereiro de 2012

A Argentina acusa a Grã-Bretanha de implantar armas nucleares perto das Ilhas Falkland.

Publicado por dinamicaglobal.wordpress.com em 16 de fevereiro de 2012

 

 O Ministro das Relações Exteriores da Argentina acusou o Reino Unido de implantar armas nucleares perto da disputada Ilha Falkland, militarizando o Atlântico Sul. Hector Timerman expressou as acusações que ele apresentou num protesto formal à ONU na sexta-feira (11-02).

 Ele disse que a Argentina teve a inteligência que a Grã-Bretanha havia implantado um submarino da classe Vanguard na área. “Até agora, o Reino Unido se recusa a dizer se é verdade ou não”, disse ele a jornalistas em Nova York. “Há armas nucleares ou não há? As informações que a Argentina possui é de que existem essas armas nucleares “.

 O Embaixador da Grã-Bretanha para a ONU, Mark Grant, não comentou oficialmente sobre a disposição dos submarinos britânicos, mas chamou as alegações argentinas de militarização do Reino Unido “manifestadamente absurdas.”

 O Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, disse em comunicado que ele estava preocupado com a disputa crescente entre a Argentina e a Grã-Bretanha sobre as Ilhas Falkland. Anteriormente a mídia britânica informou que o Reino Unido enviou uma submarino nuclear da classe Trafalgar armado apenas com armas convencionais para a região.

 A tensão entre os dois países tem crescido na corrida para o 30º aniversário da Guerra das Malvinas. Em abril de 1982, a Argentina tentou tomar o controle das ilhas, que chama as Malvinas, e as reivindica como seu território legítimo. A Grã-Bretanha repeliu o ataque com força militar. Mais de 900 pessoas foram mortas nas hostilidades.

 A contenda atual vem aumentando, pelo menos desde 2010, quando empresas britânicas começaram a perfuração de petróleo na região.

 A Argentina colocou pressão diplomática e comercial sobre a administração das ilhas. Buenos Aires recentemente convenceu os países latino-americanos não proibir navios que ostentam a bandeira das Ilhas Falkland para os seus portos, dificultando a logística de abastecimento.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Rússia fará todo o possível para impedir intervenção militar contra o Irã.

Cartaz com a inscrição: Pare a guerra ao Irã antes dela começar.
 O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, declarou nesta quarta-feira (18/Jan) que Moscow está preocupado pela ameaça de uma intervenção militar contra o Irã e fará todo o possível para evitar que isso aconteça.

 “Nem sequer me aventurarei a adivinhar quando poderia ocorrer, porque estamos fazendo de tudo para evitar que assim ocorra”, asseverou Lavrov.

 O chanceler russo advertiu que esta operação tinha “gravíssimas consequências”, como um grande fluxo de refugiados iranianos.

 “Não é a única parte do problema nem a mais importante. Não será um passeio. É impossível prever todas as consequências. Não tenho nenhuma dúvida de que jogaria lenha ao fogo no conflito entre os sunitas e os chiítas, que por enquanto só desponta. E a partir daí, uma reação em cadeia que não sei como será possível deter”.

 Por outro lado, o chefe da diplomacia russa afirmou que as novas sanções dos países ocidentais contra o Irán estarão dirigidas a fundir a economia da República Islamica e provocar o descontentamento popular e não têm nada a ver com assegurar o regime de não proliferação.

 “O que faz agora o Ocidente e alguns outros países adotando novas sanções unilaterais contra o Irã, nada tem a ver com o afã por blindar o regime de não proliferação de armas nucleares. Aponta seriamente a causar um efeito asfixiante sobre a economia iraniana e a situação da população, provavelmente com a esperança de provocar seu descontentamento”.

 Moscow no entanto confia que atualmente existem todas as possibilidades para que o chamado “Grupo dos Seis” de países mediadores (Rússia, EUA, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha) possa retomar o diálogo sobre o programa nuclear iraniano, ressaltou Lavrov.

 “Estamos convencidos de que existem todas as possibilidades para a retomada das negociações entre o Sexteto e o Irã e estamos seriamente preocupados de que este processo seja interrompido”.

 O chanceler russo Lavrov referiou como exemplo a publicação em novembro do controvertida conclusão do Organismo Internacional de Energia Atômica (OIAE) e o recente anúncio de novas sanções contra Teerã por parte da União Europeia.

 "Uma visita ao Irã da delegação da OIAE está prestes a ocorrer. Os iranianos expressaram sua disposição de trabalhar sobre os assuntos que provocam suspeitas de uma dimensão militar do programa nuclear militar. Precisamente coincidindo com esta visita, está prevista a adoção pela UE de novas e gravíssimas sanções contra o Irã”.

 Ainda segundo Lavrov, as novas sanções, que incluem o embargo às importações do petróleo iraniano e importantes restrições às transações com o Banco Central do Irã, “apenas poderão melhorar o ambiente para que essas conversações sejam produtivas”.

 Por outro lado, o titular das Relações Exteriores da Rússia anunciou que Moscow espera recentemente uma visita de um alto representante iraniano.

 “Temos informação de que os iranianos estão dispostos (para o diálogo) e estamos trabalhando assim com o Irã.  Nos próximos dias, chega a Moscow um subsecretário do Conselho de Segurança do Irã com quem também falaremos sobre o tema”, adiantou Lavrov.

Fonte: Ria Novosti

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Tratado MME: um golpe de estado em 17 países.

Mecanismo Europeu de Estabilidade: Um golpe de estado em 17 países.

autor: Rudo de Ruijter

 Os ministros das Finanças dos 17 países do euro assinaram um tratado para o estabelecimento do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). O seu objetivo é fazer com que os cidadãos europeus paguem as centenas de milhares de milhões de euros dispendidos com "ações de socorro" para salvar o euro e estrangular qualquer possibilidade de intervenção dos parlamentos. 

 Bruxelas, aparentemente, não quer que os cidadãos tomem conhecimento do conteúdo deste tratado. Até o dia da redação deste artigo, não pude encontrar senão uma única versão em inglês na Internet (mas 96,5% da população da zona euro fala outras línguas!).
Se por golpe de estado entendermos a tomada do poder real e a limitação do poder do Parlamento nacional democraticamente eleito, então o tratado do MEE é um golpe de estado nos 17 países simultaneamente. Leia em: "MEE, o novo ditador europeu".  

 Isto está inteiramente de acordo com a filosofia da Comissão Européia. Segundo o seu presidente Barroso, deve ser o governo econômico da União Européia que deve definir as ações que os governos nacionais devem tomar . (28/Set/11) [1]
 
 O Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) não é tanto um mecanismo e sim uma nova administração da União Européia. O objetivo declarado é fornecer empréstimos (sob condições estritas) a países do euro que já não podem cumprir suas obrigações financeiras. 

 Ele retomará as tarefas do EFSF e do EFSM mencionadas acima e será gerido por um Conselho de Governadores. Estes serão os 17 ministros das Finanças dos países do euro situados na União Européia.
 
 O tratado do MEE diz, no seu artigo 8, que este órgão disporá de um capital social de 700 mil milhões de euros. A seguir, no seu artigo 19, precisa-se que o Conselho dos Governadores decidam por mudar este montante e, em consequência, adaptar o artigo 8. No artigo 9 é dito que o Conselho dos Governadores pode exigir a qualquer momento a entrega do capital social ainda não pago (e isto em menos de 7 dias). De fato, diz-se que o MEE pode exigir dinheiro dos países membros de modo ilimitado. O tratado não prevê direito de veto para os Parlamentos nacionais.


Criar uma crise e tomar o poder
 


  Criar uma crise e tomar o poder: no momento em que o país está totalmente desorganizado é que se pode ordenar as coisas à vontade. É um cenário violento em que os defensores da economia do mercado livre têm aplicado desde há décadas em muitos países, como a Inglaterra, Polônia, China, África do Sul, Rússia e Estados Unidos. Recomendo um dos livros mais esclarecedores da nossa era: A doutrina do choque, de Naomi Klein – uma leitura obrigatória.

 Agora é a vez da Grécia. A difamação fez o seu trabalho. Os cidadãos nos outros países euro quase não protestam, e quando o fazem é contra a possível perda do seu dinheiro que os Fundos de Pensão ali investiram. Mas se eles refletissem um pouco mais compreenderiam que um dia, talvez já amanhã, também eles poderão manobrados dentro de dívidas, pelos fundos de socorro. Isso poderá acontecer de repente, anunciado por um título na imprensa como "Crédit Agricole em risco de falência". 

Círculo vicioso

 
Entretanto, no pânico criado, os Parlamentos aceitam medidas de urgência que na véspera não haviam sequer imaginado serem propostas. Agora o dinheiro dos fundos de socorro deve igualmente servir para salvar os bancos. Criámos portanto um círculo vicioso: os bancos causam os problemas, eles podem lucrar direta e indiretamente dos empréstimos concedidos através das medidas de urgência e agora podem emprestar ainda mais temerariamente, pois as perdas eventuais serão pagas pelos cidadãos do euro!
 

Uma última reflexão
 
 A União Européia tem a economia do mercado livre como seu princípio declarado. Quase todo o mundo já compreendeu que a desregulamentação dos bancos, a privatização das infraestruturas e a abolição das tarefas do governo conduzem a uma sociedade dura e fustigada por crises. Estes princípios estão ultrapassados. Seus defensores não poderão impô-los senão pela violência. A Grécia não será a última vítima.


Fontes e referências:
 
Texto completo em: http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=27402 

[1] Barroso, 28/Setembro/2011, http://euobserver.com/19/113760

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Moscow considera inadmissível a posição ocidental de exercer uma pressão unilateral sobre a Síria.


 MOSCOW: O ministro das Relações Exteriores Sergei Lavrov considera a situação inadmissível quando o Ocidente pressiona apenas às autoridades sírias, a fim de normalizar o clima no país.

 "A posição dos nossos parceiros ocidentais é que eles insistem em colocar pressão sobre um lado - o governo e o presidente", disse Lavrov em entrevista ao canal 24, Rossiya .

 "Consideramos esta abordagem errada. Queremos que a mesma abordagem a ser utilizada em relação à Síria seja como no Iêmen ", indicou o ministro russo.

 "Em qualquer caso, as ações são inadmissíveis quando civis pacíficos morrem . É inadmissível o uso de força e violência pela oposição e fazer dos manifestantes um alvo para a polícia ", disse ele.

 "Nós conversamos sobre isso sem disfarces e continuamos a falar a respeito", acrescentou Lavrov.

 Em junho, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Alexander Lukashevich disse que a Rússia foi contra uma resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a Síria e a posição do país permanece inalterada.

 "No contexto das discussões em curso em Nova York, quero destacar a declaração do Ministro dos Negócios Estrangeiros russo Sergei Lavrov após a cúpula da OSC, em Astana. Lavrov disse que a resolução veio contra um Conselho de Segurança da ONU sobre a Síria ", disse o diplomata.

 "Nossa posição tem sido delineada pelo presidente russo há algum tempo e permanece inalterada", disse Lukashevich.

 Assim como o presidente, "confirmamos que o diálogo, o que é proposto por autoridades da Síria, é uma ótima oportunidade de resolver a situação", sublinhou Lukashevich.

 "Nós acreditamos que este deve ser fundamentado e garantir um novo caminho para as profundas reformas democráticas, incluindo a renovação democrática do Estado sírio e da sociedade, o desenvolvimento econômico sustentável e a observância dos direitos humanos e liberdades", disse o diplomata.

 Ao mesmo tempo, Lukashevich observou que a situação na Síria "permanece extremamente tensa". "E esses dias os meios de comunicação de massa têm relatados ações de protesto pacífico, bem como as ações armadas por parte de extremistas e tenta militantes para aproveitar certos assentamentos em regiões de fronteira que levaram a assassinatos de civis, agentes da lei, destruindo as instituições do Estado e temendo a população pacífica", disse o diplomata.

 "Como resultado das ações do exército sírio, as autoridades colocaram sobre controle todas as regiões como um todo", acrescentou.

 Lavrov também disse que a Rússia foi contra submeter a questão Síria ao Conselho de Segurança da ONU.

 Esta questão foi também o foco da cúpula do G-8, em Deauville.

 O Presidente Dmitri Medvedev disse que a Rússia não favoreceu sanções contra a Síria, mas o presidente sírio, Bashar al-Assad deve garantir transformações democráticas.

 Ao discutir sanções contra a Síria, é preciso lembrar que os Estados Unidos e a União Europeia já aprovaram as tais, disse ele. "Por via de regra, o número de sanções, é irrelevante para os resultados. Ninguém esteve reivindicando sanções no Conselho de Segurança da ONU,”  acrescentou.

 "Tive uma conversa por telefone com o presidente sírio, Bashar al-Assad cerca de dois dias atrás. Não favorecemos sanções. Pensamos que o presidente al-Assad deve passar das palavras aos atos e realmente manter transformações democráticas no seu país: dar o direito de voto à oposição, alterar a legislação eleitoral e prevenir a violência em ações de oposição,” ele disse.

 O presidente Medvedev disse esperar que a política de reforma declarada pelo líder sírio seja muito enérgica, o Kremlin informou.

 "Medvedev expressou a posição de princípio da Federação Russa sobre os eventos em torno da Síria e exprimiu a esperança de que a política de reforma declarada por Bashar al-Assad seja realizada muito energicamente e em um diálogo amplo com o público nacional", disse o Kremlin .

 Al-Assad disse que o governo sírio "fazia tudo para assegurar a expressão gratuita e pacífica da vontade dos cidadãos sírios. Ao mesmo tempo, o governo sírio não permitirá que grupos radicais e fundamentalistas funcionem. A política de reforma é o curso a ser implementado de forma constante e dinâmica. "

FONTE: http://globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=25567

domingo, 17 de julho de 2011

As implicações da guerra secreta ao Irã.


Exercícios Secretos de Israel no Iraque: Irã na mira outra vez?

 Desafiar a Teerã, que tal como a Rússia, sempre foi um objetivo estratégico de Washington e da OTAN. Tel Aviv havia finalizado um período de breve silêncio sobre Teerã e tem feito menção de atacar o Irã novamente. O que ganhou uma dimensão extra foram as informações de que Estados Unidos permitiram a Israel utilizar secretamente bases aéreas americanas em Al-Anbar, no Iraque. Moqtada Al-Sadr advertiu a Teerã sobre as operações judaico-estadonienses no Iraque, que poderiam escalar de alguma forma até os planos de confrontação contra o Irã, Síria e todo o Bloco de Resistência desde Gaza, Beirute e Jbeil Bint a Damasco, Basora, Mosul, e Teerã.
 
 Uma estrutura militar, que está vinculada a OTAN, também se pôs a trabalhar para atacar o Irã, a Siria e seus aliados. Em virtude de diversos acordos a OTAN estabeleceu um ponto de apoio no Golfo Pérsico e vínculos militares com o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG). A França também tem uma base nos Emiratos Árabes Unidos. O CCG também está se preparando para expandir-se. Tanto os reinos do Marrocos e da Jordânia tem solicitado a adesão ao CCG quanto o Yemem também tem sido considerado para unir-se a eles. Ao tornarem-se membros do CCG vão adquir uma estrutura de defesa comum.
 
 Ao mesmo tempo, os  membros do CCG culpam o Irã por seus problemas internos.
 
 A aliança estratégica entre Israel e os Al-Saud se formou originalmente para combater a Gamal Abdo Nasser, e também tem se posicionado para a implementação de um conflito mais amplo dirigido contra o Irã e seus aliados.
 
 Os escudos de míssil se encontram agora em seu lugar em Israel e nos Emirados Árabes. Embarques em massa de armamento pesado são enviados a Israel, Arábia Saudita e aos países do CCG por parte de Washington e das principais potências da União Européia nos  últimos anos.
 
Ancara: O Homem Interior?
 
 Há outro ator importante de quem se deve falar: a Turquia. Washington e a União Européia estão empurando a Turquia para que seja mais ativa no mundo árabe. Isto tem florescido através da política de neo-otomanismo de Ancara. Isto por que a Turquia tem se posicionado a si mesma como defensora da Palestina e posto em marcha um canal em língua árabe assim como ocorre no Irã e na Rússia.
 
 Ancara, no entanto, tem desempenhado um papel sinistro. A Turquia é sócia na guerra da OTAN contra o regime de Kaddafi na Líbia. A posição do governo turco tem manifestado sua traição a Trípoli. Ancara também trabalha com Qatar para arrancar o regime sírio. O governo turco pressiona a Damasco para que mude suas políticas a favor de Washington e parece que, possivelmente, inclusive teve sua participação nos protestos dentro da Síria com os  Al-Saud, o campo da minoria Hariri no Líbano e Qatar. A Turquia é todavia sede das reuniões da oposição, brindando-lhe apoio.
 
 A Turquia é vista em Washington e Bruxelas como a chave para alinear aos iranianos e aos árabes. O governo turco tem desfilado como membro do Bloco de Resistência com o respaldo do Irã e da Síria. Os estrategistas de projetos americanos dizem que a Turquía será quem domesticará o Irã e a Siria para Washington. A Turquia também serve como meio de integração das economias árabes e do Irã com a economia da União Européia. Neste sentido, Ancara vai pressionando por um área de livre comércio no sudoeste asiático e consegue que o Irã  e a Síria abram suas economías a Turquia.

 Na realidade, o governo turco não somente tem aprofundado os laços econômicos com Teerã e Damasco, como também está trabalhando em eclipsar a influência iraniana. Ancara se posiciona entre o Irã e a Siria e desafia a influência iranina no Iraque, Líbano, Palestina, no Cáucaso e Ásia Central. A Turquia também tratou de estabelecer uma tríplice entente entre eles mesmos, Siria, Qatar e tomar a Siria de Teerã. Por esta razão, Turquia tem verbalmente estado mui ativa contra Israel, mas na realidade mantendo sua aliança e acordos militares com Tel Aviv. Dentro da própria Turquia, também existe uma luta interna pelo poder que algum dia poderia ascender para uma guerra civil com múltiplos atores.

Preparando o Tabuleiro: Confrontação contra o Bloco de Resistência

 Todos os  ingredientes para uma confrontação militar encabeçada pelos Estados Unidos estão em seu lugar:
 
- A iranofobia está sendo propagada pelos Estados Unidos, a União Européia, Israel e as monarquias Khaliji.
- O sectarismo vem sendo promovido em toda a região.
- Hamás tem caído nos mecanismos de um governo de unidade do não eleito Mahmoud Abbas, o que significa que Hamas tenderia a ser condescendente com as demandas de Israel e Estados Unidos a Autoridade Palestina.
- Síria está com suas mãos ocupadas com a instabilidade interna, enquanto que o Irã e o Hezbolá são falsamente acusados de disparar contra manifestantes sírios.
- O Líbano carece de um governo que funcione e o Hezbolá está cada vez mais cercado. Em lugar de ser tratado como uma questão interna do Líbano, as armas da resistência libanesa estão convertendo-se também em um problema internacional.
- Israel, Arábia Saudita e as monarquias árabes foram fortemente armadas nos últimos años.
- Paquistão tem sido desestabilizado.
- Divisões internas são criadas no Bloco de Resistência.
- A Rússia e os seus aliados da OTSC estão sendo intimidados pelas bases e o escudo anti-mísseis dos Estados Unidos e OTAN na Europa
Oriental.
- A Administração Obama declarou sua intenção de violar as fronteiras nacionais de outros países que considere terroristas. Neste sentido, a Guarda Revolucionária do Irã tem sido declarada uma organizacção terrorista.
- Em 2010, a Administracção Obama redefiniu criativamente o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) para servir a seus interesses geoestratégicos. Declarou que teria direitos para violar o TNP atacando o Irã com armas nucleares.
- Os sistemas do escudo anti-mísseis em Israel, no Golfo Pérsico e na Turquia estão preparados ou estarão prontos em seu lugar.

 Atualmente ocorre uma guerra entre Washington, Tel Aviv, os Al-Saud e seus aliados contra o Bloco de Resistência. Esta guerra não é uma guerra convencional, tendo em vista que inclui a guerra de baixo espectro e operacões de inteligência. Os combates com Fatal al-Islam no Líbano e os ataques terroristas de Jundullah no Leste do Irã são as facetas desta guerra, assim como o desejo de uma troca no regime da Siria.

 Qualquer possível guerra contra o Irã ou a Síria não ocorrerá de forma isolada. Se são atacados em uma guerra aberta, Síria e Irã lutarão ao mesmo tempo.
 
 Na eventualidade de uma grande guerra com a participação de Siria, Irã e seus aliados regionais, as possibilidades de revolução e distúrbios no mundo árabe são certas. É possível dizer que as manifestações árabes de 2011 tem colaborado para prevenir que as sociedades árabes se acendam em caso de uma guerra regional, o que apresenta ao Pentágono, Israel e a OTAN uma nova oportunidade estratégica para a confrontação.

Por Mahdi Darius Nazemroaj

Artigo original  Iran: "Regime Change" or All Out War?

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quarta-feira, 13 de julho de 2011

A OTAN mostra suas intenções sobre a Síria.

 
 O mundo árabe está a ser abalado por uma explosão social. O imperialismo americano e todos os antigos regimes da região a ele ligados estão a tentar desesperadamente gerir e conter esta revolta de massas, que ainda está em evolução, canalizando-a de modo a não ameaçar o domínio imperialista na região.

 Os Estados Unidos e os seus colaboradores também estão a tentar dividir e corroer as duas alas de resistência – as forças islâmicas e as forças nacionalistas seculares – que, em conjunto, derrubaram as ditaduras apoiadas pelos
Estados Unidos no Egipto e na Tunísia. Há neste momento um esforço concertado dos Estados Unidos para virar essas mesmas forças políticas contra dois regimes na região que se têm oposto ao domínio yanque no passado – a Líbia e a Siria.

 Tanto a Líbia como a Síria têm os seus problemas de desenvolvimento, que são exacerbados pela crise geral do capitalismo global e por décadas de compromissos que lhes foram impostos quando tentavam sobreviver num ambiente hostil de ataques permanentes – políticos, por vezes militares, e que incluíam sanções econômicas.

 Os bombardeios dos EUA/OTAN sobre a Líbia esclareceram a posição do imperialismo em relação a este país. Os exploradores transnacionais estão a postos para apoderar-se totalmente das mais ricas reservas de petróleo da África e eliminar os milhares de milhões de dólares com que a Líbia estava a contribuir para o desenvolvimento de países africanos muito mais pobres.

 A Síria também é um alvo do imperialismo – por causa da sua heróica defesa da resistência palestina durante décadas e da sua recusa em reconhecer a ocupação sionista. Não podemos esquecer o apoio da Síria ao Hezbollah na sua luta para acabar com a ocupação israelense do Líbano e a sua aliança estratégica com o Irã.

 Embora seja difícil compreender uma grande parte da situação interna da Síria, é importante assinalar que, nesta luta em curso, apareceram nítidas declarações de apoio ao governo sírio e contra as tentativas dos
Estados Unidos de desestabilização vindos de Hugo Chávez da Venezuela, do secretário geral do Hezbollah Seyyed Hassan Nasrallah do Líbano e de diversos dirigentes exilados do Hamas, a organização palestina que foi eleita pela população de Gaza. Estes líderes políticos têm sofrido campanhas de desestabilização dos Estados Unidos que utilizaram maquinações dos meios empresariais, de grupos da oposição financiados a partir do exterior, de assassínios programados, de operações especiais de sabotagem e do pessoal da Internet bem treinado.

 Do lado da suposta "oposição democrática" estão reacionários como o senador Joseph Lieberman, presidente da poderosa Comissão de Segurança Nacional do Senado, que apelou para o bombardeio da Síria a seguir ao da Líbia. Os veementes apoiantes da oposição na Síria incluem James Woolsey, antigo director da CIA e conselheiro da campanha presidencial do senador John McCain.
 
Wikileaks denuncia o papel dos Estados Unidos

 Um artigo intitulado "Os E.U.A. apoiaram secretamente grupos da oposição síria", de Craig Whitlock (Washington Post, 18 de Abril) descreveu com grande pormenor as informações contidas em telegramas diplomáticos americanos que Wikileaks enviou a agências de notícias de todo o mundo e publicou no seu website. O artigo resume o que esses telegramas do Departamento de Estado revelam sobre o financiamento secreto de grupos políticos da oposição, incluindo a difusão de programação anti-governamental no país através de televisão por satélite.

 O artigo descreve esses esforços, financiados pelos
Estados Unidos, como fazendo parte de uma "campanha já antiga para derrubar Bashar al-Assad, o líder autocrático do país" que assumiu o poder durante o mandato do presidente George W. Bush e continuou com o presidente Barack Obama, apesar de Obama ter afirmado estar a reconstruir as relações com a Síria e ter enviado um embaixador para Damasco pela primeira vez em seis anos.

 Segundo um telegrama de Abril de 2009 assinado pelo principal diplomata americano em Damasco na altura, as entidades sírias "consideravam obviamente quaisquer fundos americanos destinados a grupos políticos ilegais como equivalentes a um apoio à alteração do regime". O artigo do Washington Post descreve com algum pormenor as ligações entre a TV Barada da oposição, financiada pelos EUA, e o papel de Malik al-Abdeh, que está na sua direção e distribui vídeos e protestos actualizados. Al-Abdeh também está na direção do Movimento para a Justiça e Democracia, que é presidido pelo seu irmão, Anas Al-Abdeh. Os telegramas secretos "relatam receios persistentes entre os diplomatas americanos de que os agentes de segurança sírios tenham descoberto o rasto do dinheiro a partir de Washington".

Papel da Al Jazeera

 Talvez que o desafio mais revelador e a denúncia da campanha de desestabilização na Síria tenha surgido com a demissão de Ghassan Ben Jeddo, o jornalista mais conhecido do noticiário da televisão Al Jazeera e chefe do seu escritório de Beirute. Bem Jeddo demitiu-se como forma de protesto pela cobertura preconceituosa da Al Jazeera, referindo-se sobretudo a uma "campanha de difamação contra o governo sírio" que transformou a Al Jazeera numa "agência de propaganda".

 A Al Jazeera fez uma cobertura favorável do incontrolável levantamento popular de milhões no Egipto e na Tunísia. Mas este canal de notícias por satélite também noticiou extensivamente todas as reivindicações e acusações políticas, independentemente de serem ou não consubstanciadas, feitas pela oposição política tanto na Síria como na Líbia. Tornou-se na voz mais forte na região, seguida por milhões de visitantes, a clamar pela intervenção "humanitária" dos
Estados Unidos, zonas de interdição aérea e bombardeio da Líbia. Portanto é importante compreender a posição da Al Jazeera como uma corporação de notícias, principalmente quando ela afirma ser a voz dos oprimidos.

 A Al Jazeera, que tem a sede em Qatar, nunca noticia que 94 por cento da força de trabalho no Qatar é formada por imigrantes que não têm quaisquer direitos e existem em condições de quase escravatura. A repressão brutal do movimento de massas na monarquia absoluta do Bahrein, que fica mesmo ao lado de Qatar e está hoje ocupada por tropas sauditas, também pouca cobertura recebe da Al Jazeera.

 Será que esta censura existe porque as Notícias TV Al Jazeera são financiadas pelo monarca absoluto de Qatar, o emir Sheikh Hamad bin Khalifa Al Thani?

 É muito importante assinalar que a Al Jazeera nunca se refere à imensa base militar americana Central Command ali mesmo em Qatar. Os aviões de controle remoto levantam regularmente daquela base em missões secretas por toda a região. Qatar também tem enviado aviões para participar no bombardeio dos EUA/OTAN na Líbia.

 Qatar trabalha em ligação estreita com o Departamento de Estado dos
Estados Unidos apoiando a intervenção americana na área. Qatar foi um dos primeiros estados árabes, e o primeiro dos estados do Golfo, a estabelecer relações com Israel. Durante o bombardeio de Gaza por Israel, em 2009, cancelou essas relações mas já propôs restabelecê-las.

O Facebook e a contra-revolução

 A CIA e a National Endowment for Democracy tornaram-se especialistas na utilização de bloqueio das redes sociais, tal como o Facebook, o Twitter e o Youtube para atulhar os governos visados com milhões de mensagens fabricadas, boatos falsos e imagens.

 Alertas fabricados sobre lutas e divisões entre facções rivais nas forças armadas da Síria, com vista a provocar demissões, vieram a provar-se serem falsos. Por exemplo, o major general al-Rifai (Ret.) desmentiu, por não terem fundamento, notícias difundidas pela televisão via satélite de que estava a liderar uma divisão nas forças armadas. Acrescentou que já se tinha reformado há dez anos.

 Izzat al-Rashek, da Comisão Política do Hamas, e Ali Baraka, representante do Hamas no Líbano, desmentiram publicamente afirmações de que a liderança desta organização de resistência palestina estava a mudar-se de Damasco para Qatar. Ali Baraka explicou que isso era uma invenção americana para pressionar Mahmoud Abbas da Fatah e impedir a reconciliação palestina, agudizando o conflito entre os movimentos de resistência e a Síria.

 O governo sírio denunciou que franco-atiradores tinham disparado sobre manifestações, visando militares e policiais na tentativa de levar a polícia a abrir fogo sobre os manifestantes.

 Boatos, publicações anónimas na Internet e notícias por televisão satélite destinadas a agudizar diferenças sectárias fazem parte da campanha de desestabilização.
 
Característica de duplicidade da Síria

 Não é difícil perceber porque é que o imperialismo dos
Estados Unidos e os seus peões na região, incluindo Israel e as monarquias corruptas dependentes da Jordânia, do Qatar e dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita, querem ver uma 'mudança de regime' na Síria.

 A Síria é um dos poucos estados árabes que não tem relações com Israel. Várias organizações de resistência palestina têm escritórios no exílio na Síria, incluindo a Hamas. A Síria é um estreito aliado do Irã e do Líbano.

 A Síria atualmente não é um país socialista nem país revolucionário. O capitalismo, com as suas inevitáveis desigualdades, não foi derrubado. Há uma classe capitalista na Síria, muita gente dentro dela beneficiou das 'reformas' que privatizaram antigas indústrias anteriormente na posse do estado.

 No entanto, o estado sírio representa forças contraditórias. Tem sido um bastião na defesa das conquistas alcançadas nas lutas anti-colonialistas e nos levantamentos das massas árabes nos anos 60 e 70. Durante esse período foram feitas muitas conquistas sociais importantes, foram nacionalizadas as principais indústrias e recursos que tinham pertencido ao capital estrangeiro e foram feitos importantes avanços nos cuidados de saúde garantidos, nos padrões de vida e na educação.

 A Síria, sob o Partido Baath Socialista Árabe, é um país rigorosamente laico. Manteve a liberdade de religião para toda a gente, embora sem permitir que um grupo religioso dominasse ou fosse promovido pelo estado.

 Mas o regime na Síria também tem reprimido duramente as tentativas dos movimentos de massas, com base no Líbano e na Síria, que pretendiam continuar a lutar. Justificou a repressão dos movimentos passados apontando para a sua posição precária mesmo ao lado de Israel, o impacto das duas guerras israelenses em 1967 e 1973, e a consequente ocupação israelense e anexação da importante região dos Montes Golan na Síria durante 44 anos.

 Anos de sanções dos
Estados Unidos e anteriores tentativas de desestabilização também tiveram um efeito cumulativo. O aparelho de estado, sempre temeroso duma intervenção externa continuada, passou a ter medo da mudança.

 É essencial reconhecer este caráter duplo e não desculpar nem ignorar todos os problemas que daí decorrem.

 A Síria ainda tem o fardo acrescido de albergar mais de 500 mil refugiados palestinos e seus descendentes nos últimos 63 anos. As condições destes são melhores do que em qualquer dos países vizinhos porque, ao contrário do Líbano e da Jordânia, os cuidados de saúde, o ensino e a habitação são acessíveis aos palestinos na Síria.

O impacto da guerra do Iraque

 A maciça invasão americana e a destruição do Iraque vizinho, o debate Bush-Blair sobre um ataque semelhante à Síria em 2003, e as novas e duras sanções sobre a Síria aumentaram a pressão intensa.

 Mas o fator mais perturbador nunca é discutido nos meios de comunicação: mais de um milhão e meio de iraquianos invadiram a Síria para fugir aos últimos oito anos de ocupação dos
Estados Unidos.

 Esta foi uma invasão brutal para um país com uma população de 18 milhões em 2006. Segundo um relatório de 2007 do gabinete do Alto Comissário para Refugiados dos
Estados Unidos, a chegada diária de 2 000 iraquianos desesperados teve um impacto enorme sob todos os aspectos da vida da Síria, em especial nos serviços prestados pelo estado a todos os seus cidadãos e a todos os refugiados. A Síria tem o nível mais alto de direitos cívicos e sociais para refugiados em toda a região. Outros países vizinhos exigem uma conta bancária mínima e impedem a entrada de refugiados pobres.

 A chegada inesperada destes refugiados iraquianos teve um impacto dramático nas infra-estruturas, nas escolas primárias e secundárias garantidas, nos cuidados de saúde grátis, na disponibilidade de habitações e em outras áreas da economia. Levou a um aumento de custos a todos os níveis. Os preços dos generos alimentícios e dos bens básicos aumentaram 30 por cento, os preços do imobiliário de 40 por cento e as rendas de casa em 150 por cento.

 Os refugiados iraquianos também beneficiaram dos subsídios estatais sírios na gasolina, na alimentação, na água e noutros bens essenciais fornecidos a toda a gente. Uma massa tão grande de gente desempregada levou ao abaixamento dos salários e a uma concorrência acrescida nos empregos. O impacto das dificuldades económicas globais durante este período difícil agudizou os problemas. (Middle East Institute, 10/Dezembro/2010, relatório sobre Cooperação com Refugiados)

 Os
Estados Unidos criaram a crise de refugiados, que provocou a deslocação de mais de 25 por cento da população iraquiana, por causa da violência sectária. No entanto, são os que aceitam o menor número de refugiados e dão menos do que o custo de um dia de guerra no Iraque para os custos de assistência das Nações Unidas. As sanções americanas na Síria aumentaram as deslocações económicas.

 Tudo isto reforçou a consciência do governo sírio e da população quanto aos perigos da ocupação americana e da desestabilização interna e quanto ao banho de sangue que pode resultar da violência sectária instigada pelos Estados Unidos.

 Washington afirma estar preocupado com a instabilidade na Síria. Mas o imperialismo americano enquanto sistema é obrigado a criar a instabilidade. O domínio esmagador e o poder das corporações militares e petrolíferas na economia dos
Estados Unidos e os enormes lucros dos contratos militares reforçam infindavelmente o pendor para procurar soluções militares.

 Todas as declarações feitas pelo governo sírio têm reconhecido a importância de fazer reformas internas importantes embora mantendo a unidade nacional num país extremamente diversificado que tem diferenças históricas na religião, nas tribos e nas regiões e contém atualmente 2 milhões de refugiados.

 As diversas nacionalidades, religiões e grupos culturais na Síria têm todo o direito de fazer parte deste processo. Mas o que eles precisam sobretudo é do fim da constante e cruel intervenção dos Estados Unidos.

Fonte: http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=24659

quinta-feira, 5 de maio de 2011

As tropas sírias detêm 300 no subúrbio de Damasco.

Presidente sírio Bashar al-Assad, alvo dos protestos da população contra o governo. 
Foto: http://www.izmirgundem.net/
 As tropas sírias detiveram 300 pessoas em um subúrbio de Damasco na quinta-feira, mesmo depois de terem recuado a partir do hub de protestos em Dera'a após o bloqueio militar de mais de uma semana.

 Os ativistas, entretanto, juraram "um Dia do Desafio" para sexta-feira numa campanha contra o regime em que 607 pessoas foram mortas, segundo grupos de direitos humanos, enquanto outras 8.000 pessoas foram presas ou desapareceram.

 A varredura no subúrbio de Damasco Saqba veio, apesar dos apelos do chefe da ONU, Ban Ki-moon, dos Estados Unidos e da Itália, ao presidente sírio Bashar al-Assad para acabar com a repressão mortífera contra os manifestantes anti-regime.

 "Os agentes de serviço de segurança apoiados por tropas detiveram mais de 300 pessoas em Saqba, entre eles um número de clérigos," disse um ativista.

 Ele disse que pelo menos um dos presos foi baleado e ferido antes de ser levadopor forças de segurança.

 Tropas "derrubaram uma bandeira na praça principal, rebatizada Praça 'mártires', com as fotos dos mortos ligados a ela", disse o ativista, acrescentando que sete moradores de Saqba morreram desde que o movimento de protestos da Síria eclodiram em 15 de março.

Fonte: http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/middleeast/syria/8494491/Syrian-troops-arrest-300-in-Damascus-suburb.html

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O custo de Trilhões de dólares de uma catástrofe nuclear.



O suficiente para levar à falência toda uma economia nacional ...

Global Research, 21 de Abril de 2011.

 Prefácio: Não sou contra todo o poder nuclear, apenas digito a insegurança que temos hoje¹. Projetos futuros - como reatores de tório (veja este e este) - podem ser um animal totalmente diferente.

 AP tem um bom artigo (através do "Washington Post²") sobre a economia da energia nuclear:

 A energia nuclear é uma fonte viável de energia barata somente se for segura.

 Os governos que utilizam a energia nuclear estão divididos entre os benefícios da eletricidade a baixo custo e os riscos de uma catástrofe nuclear, que poderá ascender a trilhões de dólares e até mesmo levar à falência de um país.

 A linha inferior é que é uma aposta: os governos esperam evitar um desastre extraordinário, enquanto eles acumulam pequenos ganhos no longo prazo.

 O custo do pior caso de acidentes nucleares em uma fábrica na Alemanha, por exemplo, foi estimado para o total de €7.6 (US$ 11 trilhões), enquanto o seguro obrigatório do reator é apenas € 2,5 bilhões.

 "Os € 2,5 bilhões serão apenas o suficiente para comprar os selos para as cartas de condolências", disse Olav Hohmeyer, um economista da Universidade de Flensburg, que também é membro do órgão ambiental do governo alemão de consultoria.

 A situação nos E.U.A., Japão, China, França e outros países é semelhante.


 "Em todo o mundo, os riscos nucleares - seja os danos às plantas de energia ou riscos de responsabilidade civil decorrentes de acidentes de radiação - são cobertos pelo Estado. A indústria de seguros privados é pouco responsável ", disse Torsten Jeworrek, membro da diretoria em Munich Re, uma dasmaiores empresas do mundo de resseguros.

 Em termos financeiros, acidentes nucleares podem ser tão devastadores que o custo do seguro total seria tão alto que tornaria a energia nuclear mais cara do que os combustíveis fósseis.

 Em última instância, a decisão de manter o seguro das usinas nucleares ao mínimo é uma forma de apoiar a indústria.

 "Rematar o seguro foi uma decisão clara de fornecer um subsídio não desprezível para a tecnologia", disse Klaus Toepfer, um ex-ministro do Meio Ambiente alemão e antigo chefe da Organização das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA).

Como já mencionado anteriormente:

 Em 1982, o Comitê de Casa de Assuntos Interiores e Insulares recebeu um relatório secreto recebido da Comissão Reguladora Nuclear chamada "o Cálculo de Conseqüências do Acidente do Reator 2".

 Nesse relatório, e outros relatórios pelo NRC em 1980, estimou-se que havia uma chance de 50% de um colapso nuclear nos próximos 20 anos, que seria tão grande que iria contaminar uma área do tamanho do Estado da Pensilvânia , o que resultaria em um grande número de mortes, e que causaria danos da ordem de centenas de bilhões de dólares (em  dólares dos anos 1980).

Da mesma forma,  um renomado físico, Michio Kaku, disse ao Democracy Now:

 Não ofereceram ao povo americano a verdade completa, porque, por exemplo, logo ao norte de New York City, cerca de 30 quilômetros ao norte de onde estamos agora, nós temos a usina nuclear Indian Point, e a Comissão Reguladora Nuclear já admitiu que, de todos os reatores propensos a terremotos, o que fica próximo à cidade de Nova York é o número um dessa lista. E o próprio governo, em 1980, previu que os danos à propriedade seria da ordem de cerca de US$ 200 bilhões em caso de acidente, em dólares de 1980 [mais de US$ 500 bilhões de dólares hoje], na estação de energia nuclear de Indian Point.

Mas AP observa que não incluem os custos reais:

 O custo de um colapso nuclear nos reatores de Indian Point cerca de 24 quilômetros ao norte de Nova York tem sido estimado em até 41 bilhões de dólares em um estudo de 2009. Mas isso não leva em consideração o impacto em uma das mais movimentadas metrópoles do mundo.

 "De fato, um cenário de pior caso pode levar ao fechamento de Nova York por anos, como aconteceu em Chernobyl, ... levando a custos quase impensáveis ", Universidade de Howard Kunreuther Pensilvânia e da Universidade de Columbia, disse Geoffrey Heal.

 A economia do Japão já estava nas cordas antes de Fukushima. A economia americana já está na corda bamba, e ainda um acidente nuclear nos Estados Unidos poderia ser muito pior do que no Japão.

Como eu escrevi em 08 de abril:

 Sempre que houver um desastre, os responsáveis ​​afirmam que era "imprevisível", a fim de escapar da culpa.

Por exemplo:

Foi o que aconteceu em 11 de Setembro.
Foi o que aconteceu com a crise financeira.
Foi o que aconteceu com o derramamento de petróleo da BP³
Foi o que aconteceu com o acidente nuclear japonês.

 Os grandes garotos jogam com as nossas vidas e o nosso sustento, porque eles fazem uma matança tomando enormes riscos e reduzindo custos. E quando as coisas vão inevitavelmente ao Sul, eles não são responsáveis ​​(exceto um tapa no pulso), e podem até ser socorridos pelo governo.

 E como anotei no mesmo dia, acidentes nucleares, derramamentos de petróleo e colapsos financeiros tudo acontece pelo mesmo motivo ... os grandes garotos cortam todas as arrestas possíveis, a fim de ganhar mais dinheiro:

 O economista ganhador do prêmio Nobel Joseph Stiglitz escreveu quarta-feira:

 Todo o setor financeiro estava repleto de problemas de agência e externalidades. As agências de avaliação receberam incentivos para dar boas classificações aos títulos de alto risco produzidos pelos bancos de investimento que os pagavam. Originadores de hipotecas furadas sem consequências para a sua irresponsabilidade, e mesmo aqueles que se envolveram em empréstimos predatórios ou títulos criados e comercializados que foram projetados para perder o fizeram de forma que os isolaram dos processos civil e criminal.

 Isso nos leva à próxima pergunta: Existem outros eventos "cisne negro" prestes a acontecer? Infelizmente, alguns dos riscos realmente grandes que nós enfrentamos hoje não são muito provavelmente nem sequer eventos raros. A boa notícia é que esses riscos podem ser controlados com pouco ou nenhum custo. A má notícia é que isso enfrenta forte oposição política - pois há pessoas que lucram com o status quo.

 Vimos dois dos grandes riscos, nos últimos anos, mas pouco foi feito para mantê-los sob controle. Segundo alguns relatos, a maneira como a última crise foi gerida pode ter aumentado o risco de um colapso financeiro futuro.

 De uma grande e demasiada falha dos bancos e dos mercados em que participam, agora é conhecido de todos que podem esperar serem socorridos se meterem em problemas. Em conseqüência deste "risco moral", esses bancos podem contrair empréstimos em condições favoráveis, dando-lhes uma vantagem competitiva baseada não no desempenho notável, mas na força política. Enquanto alguns dos excessos na tomada de riscos foram contidos, o empréstimo predatório e a comercialização não regulamentada continua às ocultas. As  estruturas de incentivos que estimulam o excesso de riscos permanecem praticamente inalteradas.

 Assim, também, enquanto que a Alemanha fechou os seus mais velhos reatores nucleares, nos Estados Unidos e em outros lugares, mesmo as usinas que têm o mesmo desenho, com as imperfeições de Fukushima, continuam funcionando. A própria existência da indústria nuclear é dependente de subsídios públicos ocultos - custos suportados pela sociedade em caso de uma catástrofe nuclear, bem como os custos da eliminação ainda não gerenciada de resíduos nucleares. Tanto para o capitalismo sem limites!

 No final, os jogos de azar em Las Vegas perdem mais do que ganham. Como sociedade, nós somos o jogo - com os nossos grandes bancos, com as nossas instalações de energia nuclear, com o nosso planeta. Como em Las Vegas, a poucos afortunados - os banqueiros que colocam nossa economia em risco e os proprietários das empresas de energia que colocam em risco o nosso planeta - podem cair fora com uma casa da moeda. Mas, em média, e quase certamente, nós, como sociedade, como todos os jogadores, vamos perder.

 Isto, infelizmente, é uma lição do desastre do Japão, que continuamos a ignorar por nossa conta e risco.

 O pano de fundo é que se continuarmos a deixar o top 1% - quem nunca são satisfeitos, mas sempre querem mais, mais, mais - manejarem as coisas [de forma displicente, incrivelmente arriscada e perigosa], sem a objeção dos outros 99% das pessoas no mundo, teremos mais Fukushimas, derrames de petróleo do Golfo e mais colapsos financeiros.

Blog de Washington é um colaborador freqüente do Global Research.

Fonte: http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=24448

Referências:

[1] http://www.washingtonsblog.com/2011/04/japans-nuclear-melt-down-economic.html
[2] http://www.washingtonpost.com/business/as-fukushima-bill-looms-nations-weigh-dilemma-nuclear-plants-viable-only-when-uninsured/2011/04/21/AFrwGDHE_story.html
[3]
http://www.timesonline.co.uk/tol/news/environment/article7136969.ece ; 
http://motherjones.com/blue-marble/2010/06/rigs-fire-i-told-you-was-gonna-happen
http://www.washingtonsblog.com/2010/05/despite-knowing-it-had-damaged-blowout.html
http://www.washingtonsblog.com/2010/07/did-bp-keep-drilling-even-though-it-had.html
http://www.mcclatchydc.com/2010/05/26/94884/bp-could-be-held-criminally-liable.html

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