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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Twitter e Facebook promotores da revolução na África.

 O mundo parece estar entrando em uma nova etapa da história contemporânea, caracterizada pela organização de revoluções através de novos meios de comunicações poderosos, mediante os websites e as redes sociais.

 Em Túnis as autoridades compreenderam isso tarde demais, como resultado o ex presidente tunísio se encontra refugiado na Arábia Saudita.
As autoridades do Egito demonstraram a sabedoria dos faraós, ao detectar mais rápido a fonte que ameaçava ao império, e enquanto a polícia dedicava-se a reprimir os manifestantes nas ruas, as estruturas eletrônicas governamentais bloquearam todas as janelas que utilizavam a revolução pela Internet.

 As redes sociais foram declaradas inimigas número 1 do governo egípcio, porque foram reconhecidas como as principais promotoras das revoltas, e se isto é verdade, será a primeira manifestação da potência revolucionária dos meios de difusão pela internet.

 Agora Twitter, Facebook, Hotmail, Google, YouTube, o buscador chinês Baidu e os servidores proxy estão bloqueados no Egito. Por que é precisamente através deles, assim como por SMS, que se difundem e organizam as reuniões e manifestações de protesto contra o regime, contra o governo, atraso social, pobreza, etc.

 E, claro, contra aquilo que para muitos é o símbolo de seus infortúnios, o presidente Hosni Mubarak, que está no poder a quase 30 anos consecutivos.

 Antes para derrubar um reino bastava apoderar-se do palácio. Depois tomavam bancos, telégrafo, as estações de transporte, mais tarde, jornais, emissoras de rádio e televisão.

 Agora, para ser bem-sucedido organizando uma rebelião ou tomando medidas contra ela é essencial trabalhar ativamente na internet. Para se manter no poder, não é suficiente ter o controle da imprensa, do rádio e da televisão.

 Um ditador, tirano ou qualquer dirigente corrupto e impopular terá que influenciar ao seu interesse os meios antes mencionados.

 Enquanto for possível, mesmo que nada fácil, controlar esses meios dentro do país, porque é uma utopia procurar influenciar os meios cibernéticos que estão fora do país.

 As primeiras manifestações contra Mubarak se caraterizaram por não ter uma organização central, nem gozar de apoio da oposição. A maioria dos manifestantes foram jovens, fãs, estudantes. Parecia mais enorme tumulto relâmpago pan-egípcio.

 O que aconteceu foi que, perdendo a fé na imprensa e na televisão totalmente controladas pelo governo, os manifestantes recorreram a meios eletrônicos, como o Twitter e o Facebook.

 Note-se que dos 80 milhões de cidadãos no Egito apenas 24%, ou cerca de 19 milhões têm acesso à Internet. Principalmente, através de Lan Houses. Somente um milhão de cidadãos tem acesso direto. Mas cerca de 26 milhões de cidadãos possuem telefones celulares e foi precisamente assim que receberam convites para ir às ruas e levantar-se contra o governo.

 O provedor de telefonia celular mais importante no Egito, Vodafone, já anunciou que não teve nada a ver com o bloqueio do Twitter. Segundo especialistas, o governo egípcio tem bloqueado as torres de transmissão de celulares e redes e até mesmo incluído todos os centros de comunicação sob o controle das subdivisões do exército para a ligação eletrônica.

 O Egito nunca se destacou pela liberdade no campo da mídia eletrônica. É lógico para o país que desde 1981 vivia em um estado de emergência cancelado em parte em Maio passado. As suas provisões no que se refere à luta contra o terrorismo (e nesta esfera qualquer pode ser incluído) ainda são válidas.

 Mas até alguns dias, o controle sobre a internet consistia em bloquear certos blogs radicais e antigovernamentais. Nunca aconteceu nada como o que ocorre nos dias de hoje.

 Ao mesmo tempo, a censura da Internet é algo habitual para o Oriente Médio. A Arabia Saudita é a primeira nesse ramo: bloqueia todos os websites suspeitos desde as convicções de moral ou política, tanto de pornografia como de oposição à política. Possui um dos sistemas mais perfeitos de seleção da informação sobre a Internet, as autoridades podem selecioná-las. A Síria bloqueia todos os sites de oposição e todos os sites de notícias de Israel. Os Emirados Árabes Unidos tomaram medidas semelhantes.

 O ritmo do crescimento de popularidade do Twitter são surpreendentes. Há apenas uns três anos era pouco conhecido. Em 2007 (foi criado em 2006) foram enviadas umas 400 mil mensagens tweets ao trimestre. Hoje esse número saltou para 5 bilhões.

 Até recentemente, o Twitter foi considerado um divertimento banal e sem sentido para aqueles que não têm nada para fazer. Hoje, as grandes corporações podem ouvir frases como "Nossa estratégia twitter para este ano...."

 Sua força é que ela não é controlada pelo governo ou pela imprensa ou na televisão. Através do Twitter você pode definir o tempo de uma conferência de imprensa para iniciar uma campanha política ou organizar uma rebelião, sem recorrer a fontes oficiais. Também para chamar o povo para uma revolução.

 É tempo de mudar as atitudes para redes sociais como entretenimento exótico. Um mero entretenimento não pode servir como um meio de preparar e organizar as revoluções como na Tunísia e no Egito.

 Os meios de comunicação deixam de representar o poder cedendo lugar a meios de comunicação mais poderosos, cujo papel ainda é subestimado. A verdade é que agora, com estes novos meios eletrônicos, os ditadores não podem se sentir seguros em momento algum.

Andréi Fediashin

RIA Novosti

Fonte: http://sp.rian.ru/opinion_analysis/20110131/148278289.html

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