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sexta-feira, 30 de março de 2012

BRICS marcam o sinal dos tempos.

Publicado por dinamicaglobal.wordpress.com em 29 de março de 2012.



A comunidade internacional manterá por tanto sua atenção sobre o encontro, em busca de sinais de futuros acordos dos principais representantes do Sul.

Os chefes de Estado das cinco principais economias emergentes –Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul- assistirão à IV Cúpula dos BRICS que se celebrará em Nova Délhi, Índia, nessa quarta e na quinta-feira (29 e 30).

Após a incorporação da África do Sul ao grupo em abril de 2011, a estatura econômica do BRICS cresceu até 11,7 bilhões de dólares. O PIB nominal combinado dos países BRICS assumiu 18,5 por cento do PIB mundial en 2010. Esta cifra se incrementa a 26,7 por cento se for medida em termos de paridade de poder de compra.

De fato, a brecha econômica entre os BRICS e o G8 está se reduzindo gradualmente. Excetuando a Rússia, o resto do G8 –Canadá, França, Alemanha, Japão, Itália, Reino Unido e Estados Unidos- assumiram 38,3 por cento do PIB mundial em termos de paridade de poder de compra. Este diferencial se reduzirá ainda mais nos próximos anos, já que vários membros do G8 se encontram lutando para superar suas dificuldades econômicas crônicas. A expansão da economia dos países BRICS, ao contrário, é esperado que se mantenha forte e estável.


O BRICS não é só um grupo das maiores economias de mercado emergentes e de maior crescimento, senão também uma união de três continentes em desenvolvimento, Ásia, África e América do Sul. O grupo salienta o novo núcleo da atividade econômica, que se move pouco a pouco desde América do Norte e Europa, o “Norte” desenvolvido, até o “Sul” em desenvolvimento. Não inclui nenhum país da OCDE, a maioria dos quais são economias desenvolvidas de altos rendimentos da América do Norte e Europa que se encontram atualmente num profundo estagnação econômica. Com 42 por cento da população mundial e um enorme potencial econômico, os BRICS simbolizam o novo “pólo” econômico global. Num sentido geopolítico mais amplo, mostra a crescente cooperação Sul-Sul, que, novamente, é uma consequência natural da mudança dinâmica da economia global.


A crise financeira na Europa tem estabelecido a emergência dos países BRICS como uma importante fonte de estabilidade econômica global. Varias discussões tem ocorrido sobre o oferecimento de assistência dos BRICS à Europa para ajudar na superação de suas dificuldades, e com mais de 4 bilhões de dólares em reservas de divisas, os países BRICS são certamente capazes de apoiar substancialmente a Europa. Logo, no entanto, o grupo não chegou a qualquer decisão sobre se devem assumir as obrigações europeias. Mas, fazê-lo ou não, o papel futuro do grupo na gestão das instituições financeiras mundiais e na arquitetura financeira mundial serão temas centrais de discussão nesta reunião. Os membros do BRICS já têm contribuído com o FMI, e é esperado uma maior presença no cerne do FMI possa proporcionar uma ajuda significativa à Europa. No entanto, a ajuda dos BRICS provavelmente virá acompanhada de exigências por parte do grupo quanto a uma maior participação na gestão do FMI.


Vários países europeus são importantes sócios comerciais de membros do BRICS, sendo assim é do seu próprio interesse que a Europa se recupere com rapidez. No entanto não descartam que revitalizar a Europa vai levar tempo. Nesse caso, os membros do BRICS deveriam considerar uma maior cooperação no comércio e investimento entre eles mesmos. Se bem que é demasiado cedo para pensar nos BRICS como um marco de comércio e investimentos. As instancias passadas de cooperação entre os membros do BRICS na OMC, referentes a temas de interesse comum como agricultura, por exemplo, podem impulsioná-los a explorar possibilidades de colaboração. São também importantes os esforços para facilitar um maior comércio e investimento entre os países do BRICS, dado que o mundo desenvolvido recorre cada vez mais ao protecionismo e a políticas comerciais centradas em seus próprios interesses, as quais limitam o acesso ao mercado de várias exportações dos BRICS.

Nos quatro anos desde a primeiro encontro dos BRICS na Rússia, em 2009, o encontro foi mais além da discussão unicamente de questões econômicas mas envolveu outros temas de significado estratégico global. Sendo assim além do comércio, a economia e a reforma da governança global, se espera que a reunião também trate outros assuntos como a segurança internacional, terrorismo, mudança climática e segurança alimentar e energética. É natural, não só porque a importância estratégica dos BRICS tem aumentado, mas também porque o resto do mundo espera que os BRICS joguem um papel importante no momento de confrontar as principais questões globais.

A comunidade internacional manterá por tanto seu olhar atento sobre a reunião dos BRICS, em busca de sinais sobre aquilo que é concernente a fazer no futuro os principais representantes do Sul.

Autor: Amitendu Palit

*O autor é director de desenvolvimento e programas e investigador associado visitante no Instituto de Estudos do Sul da Ásia na Universidad Nacional de Singapura. Publicado originalmente em ‘China Daily’.

Traduzido para publicação em dinamicaglobal.wordpress.com

Ocidente equipa serviços de espionagem de países que condena.

Publicado por dinamicaglobal.wordpress.com em 29 de março de 2012.


As potências que no interior do Conselho de Segurança da ONU promovem resoluções em defesa dos Direitos Humanos ou para condenar o regime sírio, egípcio, líbio ou iraniano são as mesmas que venderam a esses regimes o material tecnológico necessário para vigiar e reprimir a oposição. A hipocrisia é uma regra de ouro: a comunidade internacional invoca os valores por um lado e, pelo outro, entrega os instrumentos tecnológicos usados para violar esses valores.


Eduardo Febbro – De Paris/Carta Maior

Paris – As democracias ocidentais têm grandes dificuldades para esconder o rabo do diabo. As potências que no interior do Conselho de Segurança da ONU promovem resoluções em defesa dos Direitos Humanos ou para condenar o regime sírio, egípcio, líbio ou iraniano são as mesmas que venderam a esses regimes – e a outros – o material tecnológico necessário para vigiar e reprimir a oposição. A hipocrisia é uma regra de ouro: a comunidade internacional invoca os valores por um lado e, pelo outro, entrega com chaves nas mãos os instrumentos tecnológicos usados para submeter os povos.

Narus – uma filial da Boeing – no Egito, Nokia-Siemens no Irã e Bahrein, a francesa Bull, a chinesa ZTE Corp e a sul-africana VASTech na Líbia, as norte-americanas Cisco e Nortel na China, a lista e a relação das multinacionais tecnológicas com os governos que infringem as liberdades ou condenados pela ONU é extensa. E como nunca falta uma nova oportunidade de fazer suculentos negócios, a essa lista se agrega agora a Síria.


A comunidade internacional adotou um pacote de medidas contra Damasco onde figura a proibição da venda de armas, mas esse pacote exclui as tecnologias de ponta que permitem, entre outras violações, controlar a Internet ou vigiar os telefones móveis. A empresa italiana Area SPA vendeu à Síria um conjunto de programas de origem norte-americana, francesa e alemã para realizar um scanner, tanto das atividades dos usuários da Internet como de suas comunicações telefônicas. O contrato, por um montante de 13 milhões de euros, contou com a participação da empresa Californiana NetApp, a alemã Ultimaco Safeware AG e, segundo o portal de investigações econômicas Bloomberg, até a Hewlett-Packard entrou na entrega de componentes. O quarto participante nesta estrutura é Qosmos, uma empresa com sede em Paris e cuja tecnologia permite analisar as comunicações através das redes móveis por meio da inspeção de pacotes (DPI, Deep Packet Inspection). Trata-se do mesmo dispositivo que a empresa norte-americana Narus havia vendido ao derrubado Hosny Mubarak, no Egito.

A democracia empresarial não tem fronteiras. As ONGs defensoras dos direitos humanos e das liberdades ligam, com justa razão, essas tecnologias à “cumplicidade com crimes de guerra” porque, através delas é que se espiona a dissidência, se perseguem e se localizam indivíduos, possibilita-se sua prisão, ou mesmo sua morte e se limita toda forma de liberdade. A Qosmos detalha com rigorosa concisão a capacidade de seus produtos. Em sua página web pode ser lido esta apresentação: “A Qosmos fornece uma tecnologia de inteligência de rede que identifica e analisa em tempo real os dados que transitam na rede”. No concreto, é perfeitamente possível “reconstruir” tudo o que acontece pela tela de um computador. Os correios eletrônicos ou Skype deixam de ser lugares de privacidade. Assim, as companhias ocidentais colaboram estreitamente com os governos autoritários.

Dupla linguagem, duplo jogo: acusadora na ONU por um lado, fornecedora de tecnologia avançada pelo outro. No caso sírio, a astúcia consistiu em vender o material para Itália e não diretamente à Síria. A Area SPA fez-se assim de intermediário entre Damasco e o resto do mundo. O material de vigilância foi instalado no bairro Mouhajireen, onde uma sala especialmente preparada para isso controlava as comunicações através de 40 terminais. A operação é conhecida com o nome código de “Asfador”. Em um comunicado emitido no final de 2001, a Qosmos explicou que seu “negócio não é a venda de material de vigilância”. Segundo a Qosmos, “a sociedade vende a empresas ou associados que integram nossos componentes às suas próprias aplicações e assumem a comercialização. Isso é o que aconteceu com o projeto sírio”.

O exemplo da Síria não é mais que o último de uma interminável série de colaborações entre as empresas que manejam tecnologia de ponta e as autocracias ou regimes autoritários que fazem da espionagem dos cidadãos a melhor arma de repressão. A Nokia-Siemens se notabilizou a partir de 2007 com a venda ao regime iraniano de um sofisticado dispositivo de espionagem global: Internet, emails, VoIP, Twitter, MySpace, Facebook, comunicações por móveis, SMS, nada escapava à joia vendida pela multinacional finlandesa. A Líbia do falecido Coronel Khadafi foi outro campo semeado com as sementes tecnológicas de ocidente, desta vez, paradoxalmente, oriundas da França.


O presidente Nicolas Sarkozy foi o principal promotor da resolução das Nações Unidas que autorizou o uso da força na Líbia. Os primeiros aviões que bombardearam o território líbio foram também franceses. Paris foi também o primeiro país que reconheceu o Conselho Nacional de Transição líbio – a oposição – como o “interlocutor legítimo do povo líbio”. Entretanto, Khadafi espionava, perseguia e prendia os opositores que a França apoiava com tecnologia vendida pela empresa francesa i2e/Amesys, uma filial da Bull. O principio é o mesmo: o famoso e temível Deep Packet Inspection, por meio do qual tudo o que atravesse uma tela deixa de ser segredo. O DPI é a arma mais eficaz para esmagar qualquer resistência. Quando o bunker onde Khadafi havia montado o sistema de vigilância foi bombardeado, os opositores encontraram entre os escombros cópias das mensagens que os ativistas enviavam entre si. Mais ilustrativo ainda, na porta do Bunker estava colado o logo de Amesys.

Narus, a filial da Boeing que vendeu a Hosny Mubarak o mesmo produto, fecha este cínico capítulo de dois gumes: em 2011, enquanto as bombas caíam sobre a Líbia e neutralizavam parte do material que o Ocidente havia vendido a Khadafi, a Narus negociava em segredo, em Barcelona, com o regime do coronel, novos contratos tecnológicos para aperfeiçoar seu próprio sistema, complementar ao da Amesys. O diabo sacode o rabo por baixo do manto da democracia ocidental.

Tradução: Libório Junior

fonte: Iranews

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