Publicado por
dinamicaglobal.wordpress.com em 1 de Julho de 2012.
Um planeta
vazio de fé, amor, de todo o puro, sagrado, generoso, verdadeiro e
desinteressado – é simplesmente uma concha do mundo dispersa entre as
estrelas do universo depois de apartar-se de seu destino mais nobre
desenhado por seu Criador (Marie Corelli, “Barrabas – Um Sonho da
Tragédia do Mundo”, 1893).
O Século
XXI entrará na história como um período da crucificação da verdade e da
exaltação da mentira e a guerra como símbolos do desenvolvimento da
humanidade e da paz.
O vemos
diariamente nas telas da TV, nas páginas dos periódicos, no Twitter, no
Facebook, no cinema e haverá de ter um determinado nível de
conhecimento para discernir a verdade entre a avalanche de informação
que persegue cada ser humano em todas as partes do planeta. Parece que a
humanidade vive simultaneamente em dois universos paralelos: um real e o
outro criado pelos meios de comunicação globalizada de acordo às
orientações que recebem dos ricos e poderosos do nosso globo terrestre.
Os direitos
humanos, segundo o filósofo italiano Constanzo Preve, representa “uma
ideologia de geometria variável porque os que decidem o que é humano e o
que não é, são oligarquias econômicas dando ordens aos seus executivos:
professores, universitários e os periodistas”, eles são os que se
encarregam do conteúdo da informação que a sociedade deve saber para
poder manipula-la. Já em 1928, o pai das relações públicas modernas, o
austríaco judeu de nascimento e norteamericano nacionalizado Edward L.
Barnays escreveu um ensaio “A Propaganda” que não só se converteu no
livro de mesa do ministro de propaganda nazista Joseph Goebbels senão de
todos os assessores dos presidentes norte-americanos e europeus.
Na página 4
de seu livro dizia Bernays que “a manipulação consciente e inteligente
dos hábitos e opiniões das massas é um importante elemento na sociedade
democrática. Os que manipulam este mecanismo oculto da sociedade
constituem um governo invisivel que exerce o verdadeiro poder real no
país. Estas pessoas que nos governam e das quais nunca temos ouvido
falar, moldam nossas mentes, definem nossos gostos e determinam nossas
ideais. Assim está organizada cada sociedade democrática”.
Com todas
estas esclarecimentos é fácil entender por que os governos democráticos
da União Europeia e dos EUA nunca condenaram nem declararam que foi um
massacre a morte de 170 civis na província de Helmand, Afeganistão
depois do bombardeio das forças aliadas, nem tampouco foi um crime o
assassinato de 60 crianças na aldeia de Azizabad em 2008 ou a morte de
100 civis em cinco de Maio de 2009 em Bala Baluk pelas bombas da OTAN.
Para os meios de comunicação globalizada foi um simples “erro” militar e
os falecidos eram “vítimas colaterais”. No entanto, a recente
matança em Hula, Síria, até agora não esclarecida e condenada pelo mesmo
governo deste país, de 108 civis e desses 49 crianças e 34 mulheres
foi denunciada em seguida pela União Europeia e os EUA como um
“massacre” perpetrado a propósito pelo governo Sírio sob o mando de
Bashar al-Assad. E para agravar a acusação a agencia britânica BBC News
usou uma foto tirada no Iraque em 2003 apresentando-a como um testemunho
do massacre na localidade de Hula.
A imagem
foi posteriormente retirada pela BBC mas a indignação que produziu na
opinião pública mundial contra o regime de Bashar al-Assad já tem
produzido seu efeito na mente dos espectadores e facilitou a condenação
dos países membros da OTAN e sua predisposição à intervenção militar na
Síria. A nenhum dos editores globalizados lhes ocorreu acordar-se da
famosa declaração do general aposentado norte-americano Wesley Clark en
Maio de 2011, quando revelou que já aos finais dos anos 1990 Estados
Unidos tinha planejado invadir sete países: Iraque, Líbia, Somália,
Líbano, Síria e Irã. A Síria para o poder globalizado não somente
representa a porta de entrada para o Irã mas à Ásia. Não por acaso dizia
a imperatriz russa Catalina a Grande que a partir da Síria se teria em
suas mãos “a chave da Casa da Rússia”.
Todavia ha
algo mais. Segundo o Washington Institute for Near East Policy a bacia
do Mediterrâneo contêm grandes depósitos de gás, três quartos dos quais
pertencem à Síria. Dai fica claro o panorama e a declaração de Barack
Obama durante a última reunião em Davos do Grupo 20 de que “Bashar
al-Assad deve deixar o poder”. Para acelerar este processo o Ocidente
está armando a guerrilha por meio do Qatar, Arábia Saudita e Turquia,
segundo a publicação israelense Debkafile com os mísseis anti-tanques 9K
115 – 2 Mets – M e Kornet E e com explosivos IED para instalar nas
carreteiras. Também já estão operando ali as forças especiais da OTAN
cuja consigna oficial é “De Opresso Liber” (Liberar aos Oprimidos), 13
dos quais pertencentes às forças francesas foram capturados pelo
exército sírio em março de 2012.
Tudo isso
está silenciado pela imprensa, tal como a última idéia da OTAN de mandar
5.000 soldados armados sob a bandeira da ONU com o pretexto de proteger
os depósitos de armas químicas e bacteriológicas das mãos da al-Qaeda
que já está operando na Síria. A DEBKAfile cita em sua publicação de 21
de Maio que supostamente Barack Obama comentou durante uma de suas
conversações com Vladimir Putin que se um barril de antrax chega aos
terroristas que operam no Cáucaso, milhões de russos poderiam morrer.
Assim opera
a propaganda criando insegurança e medo ao terror, tanto à nível
individual como coletivo para poder alcançar seus propósitos. Pelo
momento tanto a China como a Rússia reprovam por unanimidade qualquer
possibilidade de intervenção militar na Síria, e Barack Obama espera
convencer Vladimir Putin durante seu próximo encontro em Junho no México
no encontro do G20 para abrandar a posição russa no que diz respeito a
Bashar al-Assad. Nada se sabe o que pode acontecer, mas tanto a Rússia
como a China sabem que qualquer ação bélica da OTAN tratando de
reproduzir a variante líbia na Síria afetaria dramaticamente os
interesses nacionais destes dois países e os debilitaria em termos
geoestratégicos.
O mundo
inteiro nas garras da desinformação programada está observando e em
especial, na América Latina o desenrolar dos acontecimentos na Síria
porque sabe que cada avanço da OTAN, que representa o poder globalizado,
no Oriente Médio pelo domínio de recursos energéticos, aproximasse mais
a possibilidade de futuras intervenções na América Latina cujas
riquezas naturais superam com às do Oriente Médio. Por isso nunca cessa a
campanha propagandística contra os países da ALBA. Há anos a obsessão
da imprensa globalizada foi a morte de Fidel Castro. Agora o deixaram em
relativa paz trasladando sua atenção sinistra a Hugo Chávez e à
Venezuela.
Tal é o
grau de cálculo dos manipuladores da informação que até ousam convencer
aos periodistas sérios e com mais de 50 anos de experiência, como o
norteamericano Dan Rather, quem já previu que o atual presidente da
Venezuela morrerá na véspera das próximas eleições presidenciais.
A máquina
propagandística nunca para e o único antídoto para a desinformação é o
conhecimento. Já dizia Sócrates: “só há um bem: o conhecimento. Só há um
mal: a ignorância’’.
fonte: Ria Novosti
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