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segunda-feira, 2 de julho de 2012

A permanente desinformação da humanidade e a guerra anunciada.

Publicado por dinamicaglobal.wordpress.com em 1 de Julho de 2012.


Um planeta vazio de fé, amor, de todo o puro, sagrado, generoso, verdadeiro e desinteressado – é simplesmente uma concha do mundo dispersa entre as estrelas do universo depois de apartar-se de seu destino mais nobre desenhado por seu Criador (Marie Corelli, “Barrabas – Um Sonho da Tragédia do Mundo”, 1893).

O Século XXI entrará na história como um período da crucificação da verdade e da exaltação da mentira e a guerra como símbolos do desenvolvimento da humanidade e da paz.

O vemos diariamente nas telas da TV, nas páginas dos periódicos, no Twitter,  no Facebook, no cinema e haverá de ter um determinado nível de conhecimento para discernir a verdade entre a avalanche de informação que persegue cada ser humano em todas as partes do planeta. Parece que a humanidade vive simultaneamente em dois universos paralelos: um real e o outro criado pelos meios de comunicação globalizada de acordo às orientações que recebem dos ricos e poderosos do nosso globo terrestre.

Os direitos humanos, segundo o filósofo italiano Constanzo Preve, representa “uma ideologia de geometria variável porque os que decidem o que é humano e o que não é, são oligarquias econômicas dando ordens aos seus executivos: professores, universitários e os periodistas”, eles são os que se encarregam do conteúdo da informação que a sociedade deve saber para poder manipula-la. Já em 1928, o pai das relações públicas modernas, o austríaco judeu de nascimento e norteamericano nacionalizado Edward L. Barnays escreveu um ensaio “A Propaganda” que não só se converteu no livro de mesa do ministro de propaganda nazista Joseph Goebbels senão de todos os assessores dos presidentes norte-americanos e europeus.

Na página 4 de seu livro dizia Bernays que “a manipulação consciente e inteligente dos hábitos e opiniões das massas é um importante elemento na sociedade democrática. Os que manipulam este mecanismo oculto da sociedade constituem um governo invisivel que exerce o verdadeiro poder real no país. Estas pessoas que nos governam e das quais nunca temos ouvido falar, moldam nossas mentes, definem nossos gostos e determinam nossas ideais. Assim está organizada cada sociedade democrática”.

Com todas estas esclarecimentos é fácil entender por que os governos democráticos da União Europeia e dos EUA nunca condenaram nem declararam que foi um massacre a morte de 170 civis na província de Helmand, Afeganistão depois do bombardeio das forças aliadas, nem tampouco foi um crime o assassinato de 60 crianças na aldeia de Azizabad em 2008 ou a morte de 100 civis em cinco de Maio de 2009 em Bala Baluk pelas bombas da OTAN. Para os meios de comunicação globalizada foi um simples “erro” militar e os falecidos eram   “vítimas colaterais”.  No entanto, a recente matança em Hula, Síria, até agora não esclarecida e condenada pelo mesmo governo deste país,  de 108 civis e desses 49 crianças e 34 mulheres foi denunciada em seguida pela União Europeia e os EUA como um “massacre” perpetrado a propósito pelo governo Sírio sob o mando de Bashar al-Assad. E para agravar a acusação a agencia britânica BBC News usou uma foto tirada no Iraque em 2003 apresentando-a como um testemunho do massacre na localidade de Hula.

A imagem foi posteriormente retirada pela BBC mas a indignação que produziu na opinião pública mundial contra o regime de Bashar al-Assad já tem produzido seu efeito na mente dos espectadores e facilitou a condenação dos países membros da OTAN e sua predisposição à intervenção militar na Síria. A nenhum dos editores globalizados lhes ocorreu  acordar-se da famosa declaração do general aposentado norte-americano Wesley Clark en Maio de 2011, quando revelou que já aos finais dos anos 1990 Estados Unidos tinha planejado invadir sete países: Iraque, Líbia, Somália, Líbano, Síria e Irã. A Síria para o poder globalizado não somente representa a porta de entrada para o Irã mas à Ásia. Não por acaso dizia a imperatriz russa Catalina a Grande que a partir da Síria se teria em suas mãos “a chave da Casa da Rússia”.

Todavia ha algo mais. Segundo o Washington Institute for Near East Policy a bacia do Mediterrâneo contêm grandes depósitos de gás, três quartos dos quais pertencem à Síria. Dai fica claro o panorama e a declaração de Barack Obama durante a última reunião em Davos do Grupo 20 de que “Bashar al-Assad deve deixar o poder”.  Para acelerar este processo o Ocidente está armando a guerrilha por meio do Qatar, Arábia Saudita e Turquia, segundo a publicação israelense Debkafile com os mísseis anti-tanques 9K 115 – 2 Mets – M  e Kornet E e com explosivos IED para instalar nas carreteiras. Também já estão operando ali as forças especiais da OTAN cuja consigna oficial é “De Opresso Liber” (Liberar aos Oprimidos),  13 dos quais pertencentes às forças francesas foram capturados pelo exército sírio em março de 2012.

Tudo isso está silenciado pela imprensa, tal como a última idéia da OTAN de mandar 5.000 soldados armados sob a bandeira da ONU com o pretexto de proteger os depósitos de armas químicas e bacteriológicas das mãos da al-Qaeda que já está operando na Síria. A DEBKAfile cita em sua publicação de 21 de Maio que supostamente Barack Obama comentou durante uma de suas conversações com Vladimir Putin que se um barril de antrax chega aos terroristas que operam no Cáucaso, milhões de russos poderiam morrer.

Assim opera a propaganda criando insegurança e medo ao terror, tanto à nível individual como coletivo para poder alcançar seus propósitos. Pelo momento tanto a China como a Rússia reprovam por unanimidade qualquer possibilidade de intervenção militar na Síria, e Barack Obama espera convencer Vladimir Putin durante seu próximo encontro em Junho no México no encontro do G20 para abrandar a posição russa no que diz respeito a Bashar al-Assad.  Nada se sabe o que pode acontecer,  mas tanto a Rússia como a China sabem que  qualquer ação bélica da OTAN tratando de reproduzir a variante líbia na Síria afetaria dramaticamente os interesses nacionais destes dois países e os debilitaria em termos geoestratégicos.

O mundo inteiro nas garras da desinformação programada está observando e em especial, na América Latina o desenrolar dos acontecimentos na Síria porque sabe que cada avanço da OTAN, que representa o poder globalizado, no Oriente Médio pelo domínio de recursos energéticos, aproximasse mais a possibilidade de futuras intervenções na América Latina cujas riquezas naturais superam com às do Oriente Médio. Por isso nunca cessa a campanha propagandística contra os países da ALBA.  Há anos a obsessão da imprensa globalizada foi a morte de Fidel Castro. Agora o deixaram em relativa paz trasladando sua atenção sinistra a Hugo Chávez e à Venezuela.

Tal é o grau de cálculo dos manipuladores da informação  que até ousam convencer aos periodistas sérios e com mais de 50 anos de experiência, como o norteamericano Dan Rather, quem já previu que o atual presidente da Venezuela morrerá na véspera das próximas eleições presidenciais.

A máquina propagandística nunca para e o único antídoto para a desinformação é o conhecimento. Já dizia Sócrates: “só há um bem: o conhecimento. Só há um mal: a ignorância’’.

fonte: Ria Novosti

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