O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou hoje que o seu país "não retrocederá nem um milímetro" no seu programa nuclear, em resposta ao relatório divulgado terça-feira pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) que afirma que o Irã trabalhou nos últimos anos para desenvolver armas nucleares.
Segundo o site da rede de televisão oficial iraniana IRIB, num discurso proferido na província de Chahar Mahaal e Bakhtiari, no sudoeste do Irã, Ahmadinejad acusou a AIEA de "perder o seu prestígio" ao aceitar as pressões dos Estados Unidos e outros países ocidentais na redação do relatório sobre o respectivo programa nuclear.
O governante iraniano qualificou como "absurdas" as acusações contidas no relatório, que atribuiu aos EUA, e pediu à AIEA que "abandone esse caminho".
O presidente voltou a negar que o Irã esteja a tentar construir armas nucleares e destacou, em referência aos Estados Unidos: Nós somos inteligentes e não vamos construir duas bombas para enfrentar as 20 mil que os senhores têm.
Novas sanções contra o Irã são uma tentativa de mudar o regime.
A Rússia por outro lado, não vai apoiar as novas sanções mais severas em relação ao Irã, considerando a sua aplicação um instrumento de troca de regime no país. Tais métodos são inadmissíveis para nós, o lado russo não vai levar em consideração propostas deste tipo, afirmou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Gennady Gatilov. Em Moscou considera-se que o recurso de sanções para influenciar o Irã, aplicadas pelo Conselho de Segurança da ONU, foi esgotado pela Resolução 1929.
Nos fragmentos do relato da AIEA, publicados esta quarta-feira, diz-se que Teerã dispõe de tecnologias suficientes para produzir armas nucleares. Os EUA já anunciaram uma possível aplicação de sanções adicionais em relação do Irã.
Irã ameaça destruir Israel em caso de ataque
O chefe de Estado-Maior adjunto das Forças Armadas iranianas, o general Masud Jazayeri, ameaçou destruir Israel se o Estado hebraico atacar as instalações nucleares do Irã.
O centro (nuclear israelita) de Dimona é o local mais acessível para o qual podemos apontar e temos capacidades ainda mais importantes. Face à maior acção de Israel, veremos a sua destruição, advertiu o general Jazayeri, citado pela televisão iraniana em idioma árabe Al Alam.
O presidente israelita, Shimon Peres, advertiu no domingo que a possibilidade de um ataque militar contra o Irão é maior que a de uma acção diplomática.
A possibilidade de um ataque militar contra o Irã parece mais próxima que a opção diplomática, afirmou o presidente em declarações ao jornal Israel Hayom.
Não acredito que já tenha sido tomada uma decisão a respeito, mas dá a impressão de que os iranianos estão a aproximar-se da bomba atómica, acrescentou. Não temos que revelar as nossas intenções ao inimigo, explicou.
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