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sábado, 21 de janeiro de 2012

Rússia fará todo o possível para impedir intervenção militar contra o Irã.

Cartaz com a inscrição: Pare a guerra ao Irã antes dela começar.
 O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, declarou nesta quarta-feira (18/Jan) que Moscow está preocupado pela ameaça de uma intervenção militar contra o Irã e fará todo o possível para evitar que isso aconteça.

 “Nem sequer me aventurarei a adivinhar quando poderia ocorrer, porque estamos fazendo de tudo para evitar que assim ocorra”, asseverou Lavrov.

 O chanceler russo advertiu que esta operação tinha “gravíssimas consequências”, como um grande fluxo de refugiados iranianos.

 “Não é a única parte do problema nem a mais importante. Não será um passeio. É impossível prever todas as consequências. Não tenho nenhuma dúvida de que jogaria lenha ao fogo no conflito entre os sunitas e os chiítas, que por enquanto só desponta. E a partir daí, uma reação em cadeia que não sei como será possível deter”.

 Por outro lado, o chefe da diplomacia russa afirmou que as novas sanções dos países ocidentais contra o Irán estarão dirigidas a fundir a economia da República Islamica e provocar o descontentamento popular e não têm nada a ver com assegurar o regime de não proliferação.

 “O que faz agora o Ocidente e alguns outros países adotando novas sanções unilaterais contra o Irã, nada tem a ver com o afã por blindar o regime de não proliferação de armas nucleares. Aponta seriamente a causar um efeito asfixiante sobre a economia iraniana e a situação da população, provavelmente com a esperança de provocar seu descontentamento”.

 Moscow no entanto confia que atualmente existem todas as possibilidades para que o chamado “Grupo dos Seis” de países mediadores (Rússia, EUA, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha) possa retomar o diálogo sobre o programa nuclear iraniano, ressaltou Lavrov.

 “Estamos convencidos de que existem todas as possibilidades para a retomada das negociações entre o Sexteto e o Irã e estamos seriamente preocupados de que este processo seja interrompido”.

 O chanceler russo Lavrov referiou como exemplo a publicação em novembro do controvertida conclusão do Organismo Internacional de Energia Atômica (OIAE) e o recente anúncio de novas sanções contra Teerã por parte da União Europeia.

 "Uma visita ao Irã da delegação da OIAE está prestes a ocorrer. Os iranianos expressaram sua disposição de trabalhar sobre os assuntos que provocam suspeitas de uma dimensão militar do programa nuclear militar. Precisamente coincidindo com esta visita, está prevista a adoção pela UE de novas e gravíssimas sanções contra o Irã”.

 Ainda segundo Lavrov, as novas sanções, que incluem o embargo às importações do petróleo iraniano e importantes restrições às transações com o Banco Central do Irã, “apenas poderão melhorar o ambiente para que essas conversações sejam produtivas”.

 Por outro lado, o titular das Relações Exteriores da Rússia anunciou que Moscow espera recentemente uma visita de um alto representante iraniano.

 “Temos informação de que os iranianos estão dispostos (para o diálogo) e estamos trabalhando assim com o Irã.  Nos próximos dias, chega a Moscow um subsecretário do Conselho de Segurança do Irã com quem também falaremos sobre o tema”, adiantou Lavrov.

Fonte: Ria Novosti

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