Publicado por dinamicaglobal.wordpress.com em 4 de Junho de 2012.
Rio de Janeiro/ – No Brasil, ilhas de mata nativa no litoral do Estado do
Rio de Janeiro, Sudeste do País, são alvos de desmatamento para que
bilionários possam construir suas inacessíveis, inexpugnáveis e
cinematográficas de mansões.
Esses
milionários querem – mesmo destruindo a natureza – exclusividade nas
praias de conhecidos paraísos tropicais no litoral do Estado do Rio de
Janeiro. Para isso, violam leis ambientais e constroem mansões em áreas
ecologicamente sensíveis de mata atlântica, protegidas por lei. O perfil
dos megaempreendimentos destes brasileiros é o tema de uma reportagem
da revista americana Bloomberg.
A
reportagem cita a propriedade de Antonio Claudio Resende, fundador de
uma grande empresa de aluguel de automóveis, que desde 2006 derruba
vegetação nativa na Ilha da Cavala, em Angra dos Reis, para abrir espaço
a uma mansão de 1,7 mil metros quadrados.
A casa está
parcialmente abaixo do nível das árvores para se disfarçar em meio à
mata, podendo ser identificada apenas de avião, segundo o Instituto
Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro. O empresário luta na Justiça há
quatro anos para não derrubar a construção.
Resende é
acusado de usar documentos falsos a fim de conseguir permissão para
levantar o imóvel e, por isso, foi indiciado por fraude e crime
ambiental em 2007. O empresário pagou, de acordo com a revista, 4,8
milhões de reais em 2005 a uma empresa de engenharia em Angra dos Reis
(RJ) que tinha o direito de ocupar a área.
Mas o caso
de Resende, como exemplifica a publicação, não é uma exceção entre
milionários brasileiros "apaixonados" pelas belezas naturais
fluminenses.
O diretor
de cinema Bruno Barreto destruiu, aponta a revista, uma área preservada
na Ilha do Pico em Paraty para construir uma casa de 450 metros
quadrados. Em 2008, ele se comprometeu em juízo a demolir a mansão e
restaurar a área em dois anos, mas até o momento nada mudou e o cineasta
recorre das queixas do governo na Justiça.
Outro caso
recordado de violação de leis ambientais no estado é o da família que
controla a construtora Camargo e Correa, que recebeu autorização para
construir uma casa pequena e ergueu um complexo de mansões em frente à
praia.
Os
herdeiros de Roberto Marinho, fundador das Organizações Globo, também
construíram em 2008 uma casa de 1,3 mil metros quadrados, com piscina e
heliponto que desmatou uma área de mata protegida na praia de Santa Rita
em Paraty. A praia pública e a área da residência são protegidas por
dois guardas armados com pistolas a espantar quem tenta se banhar no
local, afirma a Bloomberg.
Em 2010, um juiz ordenou que a casa fosse derrubada e a área recuperada, mas os proprietários recorrem da decisão.
A revista
ainda cita a gravação do filme Amanhecer Parte 1, da Saga Crepúsculo,
que utilizou como locação a casa do empresário do ramo de distribuição
de alimentos Ícaro Fernandes.
O
milionário comprou em 2003 uma propriedade de 400 mil metros quadrados
na Praia da Costa em Mamanguá, com montanhas cobertas por floresta
nativa que são o habitat de macacos e animais que se alimentam de
formigas, como tamanduás.
Fernandes
foi processado por procuradores federais em 2004 por não ter licença
para construção da casa de 15 quartos. A Justiça pediu que interrompesse
a obra naquele mesmo ano, mas o empresário ignorou a ordem e agora deve
derrubá-la. Ele recorre da decisão.
Segundo a
Bloomberg, o empresário não quis comentar, mas seu advogado admitiu que a
casa foi erguida sem licença e o empresário tenta negociar com a
Justiça a manutenção da propriedade em troca da recuperar 95% da
propriedade.
Autor: ANTONIO CARLOS LACERDA
fonte: Pravda.ru
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