Isso seria o único grande negócio de armas estrangeiras na história dos Estados Unidos.
Enquanto se aguarda a aprovação do Congresso, o governo Obama planeja vender US$ 60 bilhões em aviões avançados e armamentos sofisticados para a Monarquia da Arábia Saudita. Adicionar US$ 30 bilhões em melhorias propostas para a marinha do país e sistemas de defesa antimísseis balísticos, e o resultado é um enorme programa de empregos, uma maior deterioração nas relações entre a Arábia Saudita e o Irã e aumento da tensão no Golfo Pérsico, todos os parâmetros calculados.
Que o pacote de armas colossal foi feito público o suficiente para ser incluído no Wall Street Journal de segunda-feira, isso indica que, esse pacote vem sem oposição séria por parte de Israel e dá credibilidade à antiga noção de que a Arábia Saudita e Israel mantêm laços cada vez mais estreitos, unidos por uma animosidade mútua em relação ao Irã.
O acordo autorizaria Riad a comprar 84 novos aviões de caça F-15, a atualizar e adquirir mais 70 três tipos de helicópteros de ataque: 70 Apaches, 72 Black Hawks e 36 Little Birds. Se o Congresso não fizer nenhuma modificação significante e a Arábia Saudita optar pelo pacote inteiro, um acordo de 90 bilhões de dólares virá para alegadamente ajudar a Monarquia a contariar a influência iraniana num futuro próximo.
A Boeing seria responsável pela produção de todas as outras aeronaves do que o Black Hawk. Estima-se que o negócio apoie pelo menos 75 mil empregos diretos ou indiretos em 44 estados. A crítica da proposta silenciada pelos legisladores que refletem pró-Israel foi ajudada não pelo potencial da criação de empregos, mas pelo conhecimento que os caças não estarão equipados com mísseis de longo alcance e seriam logo seguidos pela venda de aviões F-35 Joint Strike Fighter mais avançados a Israel, como parte de US$ 30 bilhões em assistência militar por mais 10 anos.
Loren Thompson, consultor de defesa do Instituto Lexington, disse: "Com a demanda interna de armas dirigida para baixo, as grandes empresas de defesa têm procurado no exterior clientes como a Arábia Saudita para fazer a diferença. Esses países têm dinheiro para gastar em um momento em que o governo americano passa por tremendo estreitamento fiscal. "
É lamentável que o tipo de estímulo econômico em que a administração Obama está embarcando virá em detrimento da agravação, ao invés de alívio, das hostilidades entre os rivais do Golfo Pérsico, Arábia Saudita e Irã.
Anthony Cordesman, analista de defesa no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais superficialmente concluiu que a venda antecipada será para "... oferecer ajuda à Arábia Saudita com capacidade de convencer o Irã de que não poderá usar mísseis ou o poder aéreo contra a Arábia Saudita ou os seus vizinhos."
Isso poderia ser verdade, se alguém seriamente acredita que o Irã seria tolo o suficiente para contemplar o uso da força militar contra seus vizinhos árabes. Sem dúvida, o fato é que, o Irã é quem deve tomar cuidado com a Arábia Saudita.
Como informou o Sunday Times, em um artigo de Junho de 2010 intitulado “a Arábia Saudita dá a Israel céus claros para atacar sítios nucleares iranianos", as fontes da defesa Estados Unidos afirmaram que a Arábia Saudita concorda em retirar suas defesas aéreas e permitir que Israel utilize uma estreita faixa do espaço aéreo saudita, caso decida realizar bombardeios no Irã.
"Os sauditas têm dado sua permissão para os israelitas passarem e eles vão olhar para a outra opção... Isso tudo foi feito com o acordo do Departamento de Estado dos Estados Unidos", disse uma fonte.
A etiologia da postura da Arábia Saudita "antagonista ao Irã é multifatorial. Ela não envolve apenas a intolerância do estabelecimento Wahabi de muçulmanos xiitas (os mesmos Wahabis cuja sanção religiosa é necessária para al-Saud governar absolutamente), mas o reconhecimento de que a Revolução Islâmica de 1979 no Irã levou e pode continuar a inspirar: a derrota de dinastias reais repressivas, corruptas, apoiada pelo Ocidente.
A mesma ansiedade que é mantida por outras monarquias do Golfo Pérsico, Egito e Jordânia, todos beneficiários da generosidade do exército americano. Na verdade, os Estados Unidos e Israel fizeram de tudo para alimentar e capitalizar sobre esses temores.
O negócio de armas maciço com a Arábia Saudita é somente mais um passo para a guerra, mais um passo para a morte, no Golfo Pérsico.
Por Rannie Amiri - comentador independente sobre questões do Oriente Médio.
FONTE: http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=21073
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