Mecanismo Europeu de Estabilidade: Um golpe de estado em 17 países.
autor: Rudo de Ruijter
Os ministros das Finanças dos 17 países do euro assinaram um tratado para o estabelecimento do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). O seu objetivo é fazer com que os cidadãos europeus paguem as centenas de milhares de milhões de euros dispendidos com "ações de socorro" para salvar o euro e estrangular qualquer possibilidade de intervenção dos parlamentos.
Bruxelas, aparentemente, não quer que os cidadãos tomem conhecimento do conteúdo deste tratado. Até o dia da redação deste artigo, não pude encontrar senão uma única versão em inglês na Internet (mas 96,5% da população da zona euro fala outras línguas!).
Se por golpe de estado entendermos a tomada do poder real e a limitação do poder do Parlamento nacional democraticamente eleito, então o tratado do MEE é um golpe de estado nos 17 países simultaneamente. Leia em: "MEE, o novo ditador europeu".
Isto está inteiramente de acordo com a filosofia da Comissão Européia. Segundo o seu presidente Barroso, deve ser o governo econômico da União Européia que deve definir as ações que os governos nacionais devem tomar . (28/Set/11) [1]
O Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) não é tanto um mecanismo e sim uma nova administração da União Européia. O objetivo declarado é fornecer empréstimos (sob condições estritas) a países do euro que já não podem cumprir suas obrigações financeiras.
Ele retomará as tarefas do EFSF e do EFSM mencionadas acima e será gerido por um Conselho de Governadores. Estes serão os 17 ministros das Finanças dos países do euro situados na União Européia.
O tratado do MEE diz, no seu artigo 8, que este órgão disporá de um capital social de 700 mil milhões de euros. A seguir, no seu artigo 19, precisa-se que o Conselho dos Governadores decidam por mudar este montante e, em consequência, adaptar o artigo 8. No artigo 9 é dito que o Conselho dos Governadores pode exigir a qualquer momento a entrega do capital social ainda não pago (e isto em menos de 7 dias). De fato, diz-se que o MEE pode exigir dinheiro dos países membros de modo ilimitado. O tratado não prevê direito de veto para os Parlamentos nacionais.
Criar uma crise e tomar o poder
Criar uma crise e tomar o poder: no momento em que o país está totalmente desorganizado é que se pode ordenar as coisas à vontade. É um cenário violento em que os defensores da economia do mercado livre têm aplicado desde há décadas em muitos países, como a Inglaterra, Polônia, China, África do Sul, Rússia e Estados Unidos. Recomendo um dos livros mais esclarecedores da nossa era: A doutrina do choque, de Naomi Klein – uma leitura obrigatória.
Agora é a vez da Grécia. A difamação fez o seu trabalho. Os cidadãos nos outros países euro quase não protestam, e quando o fazem é contra a possível perda do seu dinheiro que os Fundos de Pensão ali investiram. Mas se eles refletissem um pouco mais compreenderiam que um dia, talvez já amanhã, também eles poderão manobrados dentro de dívidas, pelos fundos de socorro. Isso poderá acontecer de repente, anunciado por um título na imprensa como "Crédit Agricole em risco de falência".
Círculo vicioso
Entretanto, no pânico criado, os Parlamentos aceitam medidas de urgência que na véspera não haviam sequer imaginado serem propostas. Agora o dinheiro dos fundos de socorro deve igualmente servir para salvar os bancos. Criámos portanto um círculo vicioso: os bancos causam os problemas, eles podem lucrar direta e indiretamente dos empréstimos concedidos através das medidas de urgência e agora podem emprestar ainda mais temerariamente, pois as perdas eventuais serão pagas pelos cidadãos do euro!
Uma última reflexão
A União Européia tem a economia do mercado livre como seu princípio declarado. Quase todo o mundo já compreendeu que a desregulamentação dos bancos, a privatização das infraestruturas e a abolição das tarefas do governo conduzem a uma sociedade dura e fustigada por crises. Estes princípios estão ultrapassados. Seus defensores não poderão impô-los senão pela violência. A Grécia não será a última vítima.
Os ministros das Finanças dos 17 países do euro assinaram um tratado para o estabelecimento do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). O seu objetivo é fazer com que os cidadãos europeus paguem as centenas de milhares de milhões de euros dispendidos com "ações de socorro" para salvar o euro e estrangular qualquer possibilidade de intervenção dos parlamentos.
Bruxelas, aparentemente, não quer que os cidadãos tomem conhecimento do conteúdo deste tratado. Até o dia da redação deste artigo, não pude encontrar senão uma única versão em inglês na Internet (mas 96,5% da população da zona euro fala outras línguas!).
Se por golpe de estado entendermos a tomada do poder real e a limitação do poder do Parlamento nacional democraticamente eleito, então o tratado do MEE é um golpe de estado nos 17 países simultaneamente. Leia em: "MEE, o novo ditador europeu".
Isto está inteiramente de acordo com a filosofia da Comissão Européia. Segundo o seu presidente Barroso, deve ser o governo econômico da União Européia que deve definir as ações que os governos nacionais devem tomar . (28/Set/11) [1]
O Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) não é tanto um mecanismo e sim uma nova administração da União Européia. O objetivo declarado é fornecer empréstimos (sob condições estritas) a países do euro que já não podem cumprir suas obrigações financeiras.
Ele retomará as tarefas do EFSF e do EFSM mencionadas acima e será gerido por um Conselho de Governadores. Estes serão os 17 ministros das Finanças dos países do euro situados na União Européia.
O tratado do MEE diz, no seu artigo 8, que este órgão disporá de um capital social de 700 mil milhões de euros. A seguir, no seu artigo 19, precisa-se que o Conselho dos Governadores decidam por mudar este montante e, em consequência, adaptar o artigo 8. No artigo 9 é dito que o Conselho dos Governadores pode exigir a qualquer momento a entrega do capital social ainda não pago (e isto em menos de 7 dias). De fato, diz-se que o MEE pode exigir dinheiro dos países membros de modo ilimitado. O tratado não prevê direito de veto para os Parlamentos nacionais.
Criar uma crise e tomar o poder
Criar uma crise e tomar o poder: no momento em que o país está totalmente desorganizado é que se pode ordenar as coisas à vontade. É um cenário violento em que os defensores da economia do mercado livre têm aplicado desde há décadas em muitos países, como a Inglaterra, Polônia, China, África do Sul, Rússia e Estados Unidos. Recomendo um dos livros mais esclarecedores da nossa era: A doutrina do choque, de Naomi Klein – uma leitura obrigatória.
Agora é a vez da Grécia. A difamação fez o seu trabalho. Os cidadãos nos outros países euro quase não protestam, e quando o fazem é contra a possível perda do seu dinheiro que os Fundos de Pensão ali investiram. Mas se eles refletissem um pouco mais compreenderiam que um dia, talvez já amanhã, também eles poderão manobrados dentro de dívidas, pelos fundos de socorro. Isso poderá acontecer de repente, anunciado por um título na imprensa como "Crédit Agricole em risco de falência".
Círculo vicioso
Entretanto, no pânico criado, os Parlamentos aceitam medidas de urgência que na véspera não haviam sequer imaginado serem propostas. Agora o dinheiro dos fundos de socorro deve igualmente servir para salvar os bancos. Criámos portanto um círculo vicioso: os bancos causam os problemas, eles podem lucrar direta e indiretamente dos empréstimos concedidos através das medidas de urgência e agora podem emprestar ainda mais temerariamente, pois as perdas eventuais serão pagas pelos cidadãos do euro!
Uma última reflexão
A União Européia tem a economia do mercado livre como seu princípio declarado. Quase todo o mundo já compreendeu que a desregulamentação dos bancos, a privatização das infraestruturas e a abolição das tarefas do governo conduzem a uma sociedade dura e fustigada por crises. Estes princípios estão ultrapassados. Seus defensores não poderão impô-los senão pela violência. A Grécia não será a última vítima.
Fontes e referências:
Texto completo em: http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=27402
[1] Barroso, 28/Setembro/2011, http://euobserver.com/19/113760
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