Publicado por dinamicaglobal.wordpress.com em 03 de maio de 2012.
Eis aqui a lição aprendida durante a guerra na Líbia. Os alunos aprovados no exame passam à guerra seguinte.
Contrariamente
ao que parece, a OTAN também aprende. «Tira sempre lições de suas
operações e isso é o que estamos fazendo com a Líbia» explica o
almirante americano James Stavridis, comandante supremo aliado na
Europa. Para ele a OTAN dispõe de um centro adequado, o Joint Analysis
& Lessons Learned Centre (Jallc): uma espécie de escola, na qual se
ensinam as ‘lições aprendidas’.
Assim a
OTAN aprende sempre a fazer melhor a guerra. Ao princípio da guerra na
Líbia, em março de 2011, o Jallc enviou uma equipe de analistas para
acompanhar as operações no centro aliado de comando em Nápoles. As
‘lições aprendidas’ estão expostas num informe reservado, apresentado em
fevereiro, e deste o New York Times há obtido agora uma cópia.
O que devem aprender os aliados, principalmente os europeus? Que a guerra contra a Líbia não foi a operação modelo que pensavam, e que foram postas em evidência sérias lacunas. Principalmente, o fato de que os aliados europeus e o Canadá tiveram que contar excessivamente com os Estados Unidos. Inclusive com a ajuda estadunidense, a OTAN, para a guerra eletrônica, só dispunha de 40% dos aviões que se fizeram necessários para esta operação.
Foi os
Estados Unidos quem forneceu quase a totalidade das munições mais
avançadas tecnologicamente com guia de precisão: 7.700 bombas e mísseis
utilizados no ataque à Líbia (das quais uma grande parte seguramente
provinham da base americana de Camp Darby, en Pisa). É necessário e
urgente acabar com estas lacunas. ‘O presidente Obama pediu ao Pentágono
que prepare opções militares preliminares na Síria.’
A Síria dispõe efetivamente de forças armadas e sistemas de defesa aérea mais eficazes, mais difíceis de destruir com ataques aéreos. Além disso, a “oposição” da Síria está mais desarticulada e dispersa que a da Líbia durante a guerra, ‘fazendo mais difícil os esforços dos aliados da OTAN para coordinar-se com os rebeldes». Em consequência, para atacar a Síria, os aliados europeus e o Canadá deveriam 'apoiar-se excessivamente nas capacidades dos Estados Unidos’.
Leia também: Obama planeja armar secretamente rebeldes da Líbia.
Para
previsão desta guerra e de outras (na mira está também o Irã), os
aliados e o Canadá estão acelerando sua capacidade militar. Nesta
ocasião ocorrerá o acordo, concluído em fevereiro deste ano, de criar em
Sigonella (Sicília) o sistema AGS (Alliance Ground Surveillance) que,
conjuntamente com os drones Global Hawk instalados nesta base, procurará
à OTAN um quadro detalhado dos territórios a atacar, permitindo assim
atacar veículos em movimento.
Imediatamente
depois, em março, os ministros europeus de defesa se puseram de acordo
num ‘plano ambicioso’ que acabaría com outra lacuna: a insuficiência de
aviões para prover o voo dos caça-bombardeiros, que durante a guerra na
Líbia foi realizado em grande parte pelos Estados Unidos.
Bravo,
vocês compreenderam a lição – dizem os analistas do Jallc -, têm que
implicar-se muito mais: ‘A compra de aviões e de aparelhos eletrônicos
caros vai levar anos para concluir’.
Autor: Manlio Dinucci
Traduzido do francês ao espanhol por Boltxe kolektiboa, La Haine.org
Traduzido para publicação em dinamicaglobal.wordpress.com
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