Publicado por dinamicaglobal.wordpress.com em 26 de Junho de 2012.
Um livro
polêmico do estudioso Arvind Subramanian, da Peterson Institute for
International Economics chamado “Eclipse: Living in the Shadow of
China’s Economic Dominance,” que comenta sobre o domínio econômico da
China, analisa as medições do PIB de acordo com índice de paridade de
poder de compra (PPP) que de acordo com a média do domínio econômico, ou
seja, a média ponderada dos países no PIB mundial, no comércio e nas
exportações líquidas de capital, através deste conceito a China deve
ultrapassar os EUA em 2012, apesar de no conjunto total da economia isto
ocorrerá somente entre 2020 a 2030. Isto faz lembrar-me do caso do
Brasil em que analistas internacionais comentavam que seria a 6ª
economia mundial somente em 2037, o país é desde dezembro de 2011. Em
termo de comércio, riqueza e finanças, não há dúvida da potencialidade
da China que ocupa um lugar de destaque no cenário internacional e com
maior reserva cambial do mundo, financiando ações em todos os
continentes.
De acordo
com o livro de Jim O’Neill, “The Growth Map – Economic Opportunity in
The BRICs and Beyond”, diz que o mapa do crescimento está no BRICs –
Brasil, Rússia, Índia, China, a sigla inicial que a 10 anos atrás
comportava estes 4 países, agora acrescentou S da África do Sul, no
livro prevê o desenvolvimento destas 5 nações além do México e outros
países da África. Os BRICS cresceram em 10 anos de US$ 3 trilhões para o
total de US$ 13,6 trilhões, segundo Jim O’Neill, muito acima de suas
expectativas iniciais.
Se
analisarmos o Paper 99 de 1996, do Goldman Sachs, estudos econômicos até
2050, ele previa que o Brasil ultrapassaria o Reino Unido em 2036, o
que ocorreu em 2011, neste estudo os EUA seriam ultrapassados pela China
em 2045 e na atual conjuntura isto ocorrerá por volta entre 2019 a
2022. O Brasil cresce no efeito China com suas commodities, podendo ser
beneficiado também a Rússia. Os BRICS são complementares em suas ações o
que é um incentivo maior para o crescimento destes países. De acordo
com este estudo o PIB será proporcional a sua população, como o caso da
China e Índia. Ao verificar o Paper 204 do Goldman Sachs, as comparações
de 2010 e as projeções para 2030 são:
Segundo
estudos e projeções do FMI, a China será a maior economia mundial com
27,9% do PIB em 2050, acompanhado em 2º lugar da Índia com 12,9% do PIB
mundial, os EUA serão a 3ª maior potência econômica com 10,4% do PIB, o
Brasil em 4º lugar com 4,5% do PIB mundial e a Rússia a 5ª economia com
2,9% do PIB mundial. Ou seja, 4 dos cinco primeiros serão dos BRICS. A
arma secreta do desenvolvimento da China é a educação, do Brasil é o
efeito China, atualmente o maior destino das exportações brasileiras
(dados do IPEA). O crescimento da Rússia vinculado às commodities e o
efeito China, mas sua população está envelhecendo e diminuindo o que
influenciará a velocidade do desenvolvimento econômico. A Índia aumentou
em 45% suas exportações em 2011, começando a despertar para o novo
cenário econômico mundial.
O Brasil
pode tornar-se a 5ª potência mundial entre 2012 a 2014, por vários
motivos. A França é a 5ª maior potência mundial e terminou 2011 com um
PIB da ordem de US$ 2,8 trilhões contra US$ 2,4 trilhões do Brasil.
Apesar de
todas as projeções e estudos destas instituições, ressalto que existem
variáveis que afetarão o desenvolvimento das nações. O mundo passará por
transformações radicais, como os reflexos dos efeitos climáticos,
ambientais como a falta de água, da produção de alimentos, do manejo das
reservas florestas existentes, além do efeito tecnologia e
conhecimento. Práticas de sustentabilidade e economia verde, atrelados à
tecnologia inovadora mudarão a realidade. Neste contexto, na questão
tecnologia pode ajudar o Brasil, os EUA, a Alemanha e a Índia, já as
commodities que são moedas de troca favorecem a Rússia e o Brasil.
Autor: Economista Welinton dos Santos
Fonte: Pravda.ru
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