Publicado por dinamicaglobal.wordpress.com em 31 de maio de 2012.
Mesmo tendo
paranóia, tal não significa que não pode ser espiado, pelo menos na
Internet. Se tiver uma saúde de ferro, pelo visto, é espiado de qualquer
jeito.
Se tiver
dúvidas, basta conhecer a lista de palavras utilizadas pelo Ministério
de Segurança Nacional (MSN) dos Estados Unidos (The Department of
Homeland Security) para monitorar sítios e redes sociais na Internet.
No sábado
passado (27-05-12), o jornal britânico The Daily Mail publicou esta
lista, comunicando que o MSN foi obrigado a divulgar este documento após
uma exigência da organização de interesse público Electronic Privacy
Information Center (Centro Informativo de Proteção da Privacidade na
Rede).
Leia também: Facebook é o maior veículo de espionagem já criado.
A lista,
composta por centenas de palavras e frases feitas, é impressionante.
Seria difícil imaginar que o emprego de tais palavras como “México” ou
“China” por particulares no Facebook seja captado por programas
especiais. A lista inclui praticamente todo o Oriente Médio e Extremo
Oriente – Iraque, Irã, Afeganistão, Paquistão, Iêmen, assim como a
Coréia do Norte, Colômbia e Somália.
O princípio
de seleção é compreensível: a lista é dividida em tais categorias como
“segurança interna”, “segurança nuclear”, “saúde e gripe aviária”,
“segurança de infraestruturas”, “terrorismo” e outras. Compreende-se
também a presença de expressões e palavras-chave, tais como “bomba
suja”, “reféns”, “sarin”, “jihad”, “Al-Qaeda”. Mas ao lado encontram-se
palavras do léxico habitual de qualquer usuário pacífico da Internet –
“nuvem”, “neve”, “carne de porco”, “químico”, “ponte”, “vírus”…
Pode ficar
sob vigilância o autor de um posts sobre o Smart, carro popular na
Europa, ou aquele que mencione a história de Caim e Abel. Destaque-se
que é monitorizado o próprio termo “rede social”, ligado praticamente a
tudo que é utilizado pela rede mundial.
Os peritos
do Electronic Privacy Information Center consideram que a lista inclui
muitas palavras que podem ter sentidos diferentes, o que ameaça as
garantias concedidas pela Primeira emenda da Constituição dos Estados
Unidos, que proclama a liberdade de expressão.
Leia também: C.I.A. faz os filhos espionarem seus próprios pais.
O
Ministério de Segurança Nacional aceita em certo grau estas críticas.
Segundo o secretário de imprensa do departamento, Matthew Chandler, é
necessário considerar os algoritmos de programas de pesquisa. Ao mesmo
tempo, em entrevista à edição eletrônica Huffington Post, Chandler
declarou que a atividade do monitoramento da Internet se encontra na
etapa inicial, sendo voltada para prevenir o terrorismo e controlar
cataclismos naturais. Por outro lado, o responsável rejeitou
liminarmente as suspeitas de o ministério ter utilizado as suas
potencialidades para controlar a dissidência. Contudo, a julgar pela
atividade do Electronic Privacy Information Center, nem todos concordam
com ele.
Ao mesmo
tempo, o monitoramento da Internet e das redes sociais seria muito
difícil sem a interação com líderes das tecnologias informativas. A
Forbs escrevia neste contexto que, pelos vistos, o Ministério de
Segurança Nacional tem certos acordos com tais companhias como Google,
Facebook, Twitter e outras que permitem obter acesso a alguns programas
de computador e controlar a Internet em regime próximo de tempo real.
Leia também: Espionagem e propaganda usam redes sociais, Facebook e Twitter como coleção da inteligencia tática.
Entretanto,
as maiores companhias dispõem de informações gigantescas sobre os
clientes de seus produtos. No ano passado, tornou-se pública uma
investigação do Wall Street Journal, segundo a qual o Google e a Apple
recolhem, como se verificou, a informação sobre a localização de seus
clientes não apenas através de gadgets portáteis, mas também com a ajuda
de PC. Segundo a edição, a Apple guarda os dados sobre deslocações de
seus usuários através de seus computadores Macintosh ligados à rede
Wi-Fi. O Google faz o mesmo através de PC, cujos proprietários entram na
Internet através do browser Google Chrome. Como destaca o jornal, as
duas companhias declaram que a conservação destes dados é estritamente
confidencial e que elas “não têm quaisquer intenções secretas”.
Mas tal significa que de qualquer modo você é espiado.
Pergunte-se,
contudo, qual será a abrangência geográfica de tais potencialidades
deste Big Brother, descritas ainda em 1949 no romance de George Orwell
“1984”.
Na semana
passada, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, declarou que
especialistas invadiram o site da Al-Qaeda no Iêmen e lá instalaram sua
informação. Esta declaração foi qualificada como o primeiro
reconhecimento de que os Estados Unidos efetuam operações cibernéticas.
Mas, o importante é envergadura global desta atividade, que não
reconhece fronteiras e barreiras linguísticas.[1]
FBI criou divisão para monitorar comunicações na Internet
O
Departamento Federal de Investigação dos EUA formou uma divisão especial
designada Centro da Assistência das Comunicações Internas (Domestic
Communications Assistance Center, ou DCAS), cuja missão é o
desenvolvimento e aplicação de software e hardware para controlar as
comunicações na Internet.
Leia também: EUA agora é uma ‘Ditadura Democrática’ com a inauguração da Polícia do Estado em 01/01/2012.
O site CNET
de 4 de maio deste ano, publicou informações de que o Departamento
oferece a uma série de conhecidas redes sociais, companhias fornecedoras
de serviços de internet, incluindo hospedagem de email, para instalarem
no seu software backdoors para a vigilância oculta da troca de
informações. O projeto tem o nome "Lado Negro da Força" (Going dark) e
foi financiado pelo Senado dos EUA em $ 54 milhões. Muitas pessoas
consideram a criação da divisão DCAS como continuação deste projeto.[2]
[1] Autor: Andrei Iliachenko || fonte: Voz da Rússia
[2] fonte: Voz da Rússia
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